Revista Sustinere

A Revista SUSTINERE (SUST) tem por objetivo a publicação de contribuições nacionais e internacionais acadêmicas, técnicas e científicas que articulem temas interdisciplinares e transdisciplinares relativos à Saúde e Educação em suas interfaces com a sociedade, a ciência, o meio ambiente e a tecnologia. São aceitos artigos em português, inglês e espanhol.

e-ISSN: 2359-0424 | Ano de criação: 2013 | Área do conhecimento: Multidisciplinar | Qualis: A2.


SUSTINERE: Revista de Saúde e Educação

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Notícias

 

EBC e Fiocruz renovam parceria e produzem série documental

Fruto de acordo da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/MMA), a série documental Nos caminhos dos viajantes terá seu pré-lançamento na semana do meio ambiente. Em 6 de junho, às 14h, no Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS), no campus Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro, ocorrerá a celebração da renovação do acordo, um bate-papo com os realizadores e a exibição do primeiro episódio da série. 

O acordo tem como objetivo o desenvolvimento de produções audiovisuais sobre biodiversidade, patrimônio natural e cultural, história ambiental e das ciências, saúde e meio ambiente, mudanças climáticas e sustentabilidade. A parceria, que permitiu a produção de três temporadas da série Parques do Brasil, já exibida pela TV Brasil, visa promover a popularização do conhecimento científico sobre a biodiversidade e os ecossistemas naturais das unidades de conservação brasileiras.

A série Nos caminhos dos viajantes revela as práticas científicas dos séculos 18 e 19 e compara as experiências de campo daquela época com agora, destacando as espécies e as paisagens naturais que os naturalistas relataram e o que podemos observar hoje.

Em seu primeiro episódio, o programa apresenta os arquipélagos de São Pedro e São Paulo, de Fernando de Noronha e dos Abrolhos, apresentando relatos de viajantes naturalistas como Charles Darwin, Charles Frederick Hartt, John Nicholas Ridley e John Casper Branner. A série foi produzida integralmente no sistema 4K, que permite mais qualidade e nitidez de imagens. 

Primeiros registros de espécies raras ou em perigo de extinção

Nos últimos 500 anos, a partir da colonização europeia na América do Sul, os ecossistemas naturais originais têm sofrido intenso processo de transformação e conversão, ameaçando extinguir milhares de espécies de animais e de plantas. Esse processo traz profundos impactos na dinâmica dos ecossistemas e na qualidade ambiental de milhares de localidades.

Os viajantes naturalistas que visitaram o país a partir do século 18 fizeram os primeiros registros de muitas espécies ainda hoje pouco estudadas, raras ou endêmicas, extintas localmente ou em perigo de extinção. Com a abertura dos portos em 1808, muitos desses naturalistas desembarcaram em solo brasileiro e empreenderam expedições, produzindo e sistematizando conhecimentos sobre a fauna, a flora, os ecossistemas, a geografia e a geologia do país. 

Os produtores da série Nos caminhos dos viajantes percorrem as mesmas rotas feitas pelos viajantes do passado, mostrando por meio da tecnologia de ponta a beleza e os impactos provocados ao longo dos séculos nos ambientes naturais brasileiros.

Serviço:
Celebração do Acordo de Cooperação Técnica entre a Casa de Oswaldo Cruz e a Empresa Brasil de Comunicação e exibição do piloto da série documental Nos Caminhos dos Viajantes.
Local: Salão de Conferência do Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS) – 4º andar
Endereço: Avenida Brasil, 4365, Manguinhos, Rio de Janeiro
Data: 06/06/2023
Horário: 14h




Autor: Fiocruz 
Fonte: Fiocruz
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data: 05/06/2023
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/noticia/ebc-e-fiocruz-renovam-parceria-e-produzem-nova-serie-documental
Publicado: 2023-06-06Mais...
 

Meio ambiente e violência contra pessoas idosas são temas da programação da VideoSaúde

Em junho, no Canal Saúde, a programação VideoSaúde exibe temáticas importantes para a sociedade. Doenças negligenciadas, violência contra a pessoa idosa, microcefalia e ambiente são os destaques. 

No Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, o programa exibe Vidas Suspensas, filme que relata a realidade de moradores das cidades atingidas pelo rompimento das barragens do Fundão e do Córrego do Feijão, em Minas Gerais. O documentário expõe as consequências de uma população contaminada pelo minério.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões até 2050. Isso representará um quinto da população mundial e, para sensibilizar a sociedade no Dia Mundial de Combate à Violência Contra às Pessoas Idosa (15/06) será exibido o episódio Violência contra o idoso, da série Saúde Brasil.

Ainda, com destaque para o Dia Nacional do Diabetes, comemorado em 26 de junho, e o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme, comemorado em 9 de junho, Bicha braba e Meia Lua Falciforme abordam doenças negligenciadas e, muitas vezes, invisíveis à grande população.

Confira a programação!



Autor: Icict/Fiocruz

Fonte: Fiocruz
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data: 05/06/2023
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/noticia/editora-fiocruz-lanca-colecao-bio
Publicado: 2023-06-05Mais...
 

Editora Fiocruz lança Coleção Bio


Autores e editores ressaltaram empenho para apresentar conteúdo atualizado em temas de ponta da área biomédica com linguagem acessível. Foto: reprodução Canal VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz 

“Ele pensava a frente do seu tempo e não desistia. Compartilhamos, vivemos e concretizamos este teu sonho, Milton. Obrigado”, disse o chefe substituto do Laboratório de Biologia Celular do IOC. 

No lançamento, Elba destacou a participação de 38 discentes e docentes de programas de pós-graduação do IOC na redação do livro, que foi elaborado a partir de experiências do grupo na oferta de Cursos de Férias para alunos de graduação. A pesquisadora ressaltou ainda a relevância do tema da virologia. “Os vírus sempre estiveram presentes na história da humanidade. Epidemias e pandemias reforçam a importância desse conhecimento, que, muitas vezes, é difícil para alunos de graduação. O livro permite fazer uma imersão com linguagem tranquila”, disse Elba. 

O apoio do Conselho Editorial ao projeto foi lembrado por Denise Valle, que destacou a aposta da Editora Fiocruz na área biomédica. “Vamos trabalhar com curadoria e atualização periódica dos volumes para dar conta de manter a informação a par com o estado da arte. Também vamos manter o compromisso histórico da Fiocruz com o acesso igualitário ao conhecimento, com publicação de acesso aberto, online e gratuita”, salientou a pesquisadora do Laboratório de Medicina Experimental e Saúde do IOC. 

O corpo editorial da Coleção Bio é formado pelos pesquisadores do IOC Rubem Menna Barreto, Helene Santos Barbosa, Tatiana Maron-Gutierrez e Monick Lindenmeyer Guimarães. De acordo com os editores, entre os temas em discussão para os próximos volumes estão: resistência a antimicrobianos, biodiversidade, genética e bioinformática. 

Legado para ciência e saúde 

A homenagem a Milton ressaltou o legado do pesquisador, que dedicou sua carreira a estudos sobre hanseníase. Além de deixar importantes contribuições científicas, o especialista em biologia molecular atuou no desenvolvimento de ferramentas inovadoras para diagnóstico da doença.  

Falecido aos 51 anos, o pesquisador também se dedicou à educação, em cargos institucionais no IOC e na Fiocruz, como professor universitário e como orientador de mais de 50 mestres e doutores. 

A semente da Coleção Bio foi plantada por uma iniciativa do pesquisador. Em 2007, o Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC, então coordenado por Milton, ofereceu as primeiras turmas de Cursos de Férias, voltados para estudantes de graduação. Abraçado por todas as pós-graduações do IOC, o projeto se consolidou como iniciativa institucional, que aproxima graduandos da pós-graduação e da pesquisa científica.  

Desde o começo do projeto, Milton vislumbrou a importância de publicações com conteúdo de ponta da área biomédica adequadas para um público iniciante. A ideia inicial de publicar as apostilas dos cursos de férias se transformou ao longo dos anos, dando origem ao conceito da Coleção Bio, que visa apresentar temas de referência em biociência e biotecnologia para atualização e qualificação de profissionais. “Milton teve impacto na formação de muitas pessoas, inclusive na minha. Fomos colegas de faculdade, mas se hoje lidero um grupo que olha para o ambiente instrumentalizado pela biologia molecular, é por causa do Milton. Temos o desafio de pensar formas de fazer o legado dele continuar. Parabéns pela publicação da Coleção Bio”, disse Mauro.  

“A morte do Milton foi uma perda grande para a Fiocruz, o SUS e a ciência brasileira e internacional. Ele fez escola e deixou sua marca numa geração de pessoas. Mas não dá para definir Milton por números. Ele dizia que nossa missão é fazer ciência de qualidade para solucionar os problemas do SUS e acreditava que sem amor, alegria e leveza não somos capazes de realizar nossa missão institucional. Agora, todos acreditamos nisso”, afirmou Flavio.

* Edição: Vinícius Ferreira (IOC/Fiocruz)


Autor: Maira Menezes (IOC/Fiocruz)

Fonte: Fiocruz
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data: 05/06/2023
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/noticia/editora-fiocruz-lanca-colecao-bio
Publicado: 2023-06-05Mais...
 

Fiocruz Minas lança livro sobre a história da unidade



Como foi a criação do Instituto René Rachou? Por que a unidade, instalada em Minas Gerais, passou a fazer parte da Fiocruz, com sede no Rio de Janeiro? De que forma, desde os seus primeiros anos de existência, contribuiu para o enfrentamento de epidemias e se estabeleceu na área de ensino? As respostas para esses e outros questionamentos sobre a trajetória da instituição estão no livro História e Ciência: Instituto René Rachou – Fiocruz Minas, lançado oficialmente nesta quarta-feira (31), durante a abertura da Jornada Científica e 31ª Reunião Anual de Iniciação Científica (Raic).

A publicação, organizada pela historiadora Natascha Carvalho Ostos e pelo diretor do IRR, Roberto Sena Rocha, faz parte do Projeto Memória: Trajetória Histórica e Científica do Instituto René Rachou- Fiocruz Minas, iniciativa que visa valorizar e preservar a história da instituição. “Para mim, é motivo de satisfação contribuir para contar a história da instituição porque, dos 68 anos de existência do IRR, acompanho 47 deles. Entendo que pensar o futuro da Fiocruz Minas requer pensar no que foi feito e, a partir daí, seguir em frente. Então, é por isso que assumi este projeto e quero aproveitar o momento para agradecer a todas as pessoas que, com suas memórias, nos ajudam a contar essa história”, destacou o diretor do IRR, Roberto Sena Rocha, durante o lançamento.

Com 199 páginas, a obra está estruturada em dois eixos: o primeiro, intitulado Trajetória histórica e a atuação do Instituto René Rachou, aborda os marcos institucionais dentro do contexto científico e da saúde pública. São 13 textos que, ao tratar sobre momentos relevantes na história administrativa e organizacional da unidade, apresentam informações sobre o cenário epidemiológico em diferentes épocas, além de fatos marcantes ocorridos no campo político do país. Já o segundo eixo, Personalidades do Instituto René Rachou, traz artigos biográficos sobre profissionais da unidade, que contribuíram com a construção do conhecimento científico nos séculos XX e XXI.  Ao todo, 22 perfis buscam apresentar trajetórias que expressam o compromisso do IRR com a ciência nacional, a saúde e bem-estar da população brasileira.

“Os textos que compõem a publicação resultaram de entrevistas, pesquisa documental e bibliográfica. Na primeira parte, buscamos mostrar as origens da unidade e suas diversas fases administrativas. Já na segunda, o foco são as trajetórias de profissionais do IRR. Quisemos mostrar que instituição e pessoas andam lado a lado, mostrando uma ciência que é feita por pessoas. O desejo agora é que o livro seja apropriado pelos trabalhadores e estudantes do IRR”, afirmou a historiadora Natascha Carvalho Ostos.

Autora do texto de abertura do eixo Personalidades do Instituto René Rachou, a pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Rita de Cássia Marques ressaltou que, embora sejam 22 perfis, a ciência é uma construção coletiva que não se faz apenas com 22 pessoas. “Esses 22 perfis que compõem este primeiro volume são, portanto, representantes de todas as outras milhares de pessoas que foram relevantes para o sucesso da instituição. Contar essas histórias é muito importante para estimular as próximas gerações”, afirmou. Além da pesquisadora da UFMG, o livro conta com outras duas contribuições: a do pesquisador Jaime Larry Benchimol, da Casa de Oswaldo Cruz, que escreveu o texto de abertura do primeiro eixo, e a da pesquisadora Polyana Aparecida Valente, da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), autora do perfil da pesquisadora Virgínia Schall.

Vale ressaltar que os textos que compõem o livro foram publicados originalmente no site da Fiocruz Minas. Segundo os organizadores da obra, o formato livro foi desenvolvido com o intuito de diversificar os canais de disponibilização de informações. Além disso, esse outro formato implica em outra percepção de leitura, permitindo ao público estabelecer conexões de sentido conforme diferentes percursos de leitura, que pode ser linear, descontínuo, por período, entre outros.

A versão online do livro está disponível no site da Fiocruz Minas.



Autor: IRR/Fiocruz Minas

Fonte: Fiocruz
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data: 05/06/2023
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/noticia/fiocruz-minas-lanca-livro-sobre-historia-da-unidade


Publicado: 2023-06-05Mais...
 

FAPESP reajusta valores de Bolsas no País



Aprovado pelo Conselho Superior, novos valores estão vigentes a partir de 1º de junho

O Conselho Superior da FAPESP aprovou, em reunião de 24 de maio, o reajuste da tabela de valores para Bolsas no País, com validade a partir de sexta-feira (01/06). O reajuste aprovado é de 6,7%, referente ao acumulado do período de março/2022 a fevereiro/2023 do IPC-FIPE.

“A FAPESP já tinha reajustado, em abril deste ano, o valor das Bolsas de Estágio de Pesquisa no Exterior e das Bolsas de Pesquisa no Exterior. Agora reajustamos as bolsas no país. A expectativa da FAPESP é atrair, cada vez mais, os jovens para a ciência, apoiando sua formação, qualificação e lhe oferecendo oportunidades de inserção em projetos e grupos de pesquisa já consolidados”, disse Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.

Também foi aprovado um reajuste para a Bolsa de Participação em Curso PC-IV a partir de 1º de junho de 2023. Levando-se em conta que esta Bolsa se destina a realização de curso no exterior, o percentual aplicado foi o mesmo dado pela FAPESP para Bolsas no Exterior (BEPE e BPE), em 1º de abril de 2023.

Para as Bolsas em andamento, a FAPESP suplementará automaticamente as mensalidades restantes a partir da data de entrada em vigor das novas tabelas.

Os novos valores válidos a partir de 1º de junho de 2023 estão disponíveis em: fapesp.br/valores/bolsasnopais.




Autor: FAPESP
Fonte: FAPESP
Sítio Online da Publicação: FAPESP
Data: 01/06/2023
Publicado: 2023-06-03Mais...
 

Colaboração científica internacional contribui para diminuir disparidades regionais no enfrentamento das mudanças climáticasEnglish versionAvaliação foi feita no encontro anual do científica internacional contribui para diminuir disparidades regionais no enfrentamento das mudanças climáticasEnglish versionAvaliação foi feita no encontro anual do


Avaliação foi feita no encontro anual do GRC. Durante o evento, co-organizado pela FAPESP, representantes de agências de fomento de 63 países ratificaram declaração de princípios e práticas sobre financiamento de pesquisas sobre o tema


Elton Alisson li | Agência FAPESP – As mudanças climáticas já estão afetando todas as regiões do mundo, impactando os sistemas naturais, a biodiversidade e a vida humana. A natureza global desse desafio exige que as agências de financiamento públicas de todos os países estejam envolvidas em pesquisa sobre o tema, construindo sinergias e colaborações com outras iniciativas. Para que esse esforço seja efetivo, contudo, devem ser criados mecanismos para auxiliar as agências financiadoras de países com economias em transição de modo a diminuir as disparidades regionais no enfrentamento dessa ameaça.

A avaliação foi feita por especialistas em um painel de discussão sobre financiamento à pesquisa sobre mudanças climáticas que aconteceu quarta-feira (31/05), durante o encontro anual do Global Research Council, que ocorre até sexta-feira (02/06) em Haia, nos Países Baixos.

Durante o evento, co-organizado pela FAPESP, representantes de agências de fomento de 63 países ratificaram uma declaração de princípios e práticas sobre financiamento de pesquisas sobre o tema.

“A colaboração internacional permitirá identificar possíveis opções de mitigação e adaptação para atender às necessidades regionais abrangendo toda gama de setores, incluindo os de energia, transporte, edificações, indústria, agricultura, uso da terra e resíduos florestais”, disse Thelma Krug, vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas Globais (IPCC) das Nações Unidas e membro do Conselho Superior da FAPESP.

Durante sua palestra, Krug destacou que a ciência já aponta a necessidade de reduções rápidas, profundas e sustentadas das emissões de gases de efeito estufa (GEE) para que as metas de temperatura de longo prazo estipuladas no Acordo de Paris sejam cumpridas. Isso implicará em profundas mudanças sociais e em transformações em todas as áreas da sociedade, apontou.

“Essas transformações exigem que o conhecimento científico e tradicional se unam para ajudar a identificar e implementar melhores práticas e estratégias em nível nacional, conectando a ciência com todos os níveis de governo, o setor privado, a sociedade civil, as comunidades locais e os povos indígenas. Ninguém pode ficar de fora dessa equação”, sublinhou.

A fim de atingir esse objetivo, porém, é necessário promover a igualdade de oportunidades para os países do sul global – que inclui nações em desenvolvimento na América Latina, Caribe, África, Ásia e Oceania –, ponderou Krug.

“É uma realidade que existem muito mais oportunidades de desenvolvimento científico no norte global e isso pode levar a vieses tendenciosos. Por isso, idealmente devem existir oportunidades iguais para os países do sul de modo que seja possível identificar desafios específicos do contexto local para lidar com os impactos e riscos das mudanças climáticas e explorar o potencial técnico e econômico da mitigação em todas as áreas”, avaliou.

De acordo com Krug, os membro do GRC reconhecem que essas questões por si só criam uma demanda por pesquisa e oferecem inúmeras oportunidades para financiar projetos que podem fazer a diferença para o desenvolvimento de políticas públicas, o fortalecimento de parcerias públicas e privadas, para impulsionar a inovação e buscar a transição justa.

Thelma Krug, vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas Globais (IPCC) das Nações Unidas e membro do Conselho Superior da FAPESP

Relação com os ODSs

A ação contra as mudanças climáticas é um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e dialoga com várias das 16 outras metas, apontou Cherry Murray, professora da Universidade do Arizona, dos Estados Unidos, e co-presidente de um grupo de dez especialistas nomeados pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, para apoiar a implementação dos ODSs. O grupo também é integrado por Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP no período de 2005 a abril de 2020.

“Muitos dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável precisarão de soluções locais para serem atingidos porque estamos falando de empregos e qualidade de vida de populações locais. Mas, para começarmos a retirar carbono da atmosfera precisamos que isso aconteça em nível global”, ponderou.

De acordo com dados de um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados apresentados por Murray, para atingir os ODSs serão necessárias seis diferentes transformações sociais. A maior parte delas está sendo movida pelas mudanças climáticas, afirmou a pesquisadora.

“80% da população mundial viverá até 2030 em cidades que ainda não foram construídas e muitas delas estarão situadas no sul global. Essas cidades precisarão ser muito mais inteligentes”, avaliou.

Os países do sul global também serão os mais atingidos pelas mudanças climáticas, ressaltou a pesquisadora. Para diminuir os impactos, será necessário pensar em sistemas realmente trans e multidisciplinares e o envolvimento de diversos atores, incluindo populações indígenas e pequenos agricultores, afirmou Murray.

“Precisamos de colaboração global em pesquisa, mas as soluções precisam ser adaptadas às necessidades locais e envolver tanto mitigação como adaptação”, apontou.

Nesse sentido, uma das contribuições do GRC poderá ser articular soluções locais no enfrentamento das mudanças climáticas com um cenário global, avaliou Ricardo Galvão, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“Precisamos de uma articulação muito melhor entre diferentes países”, disse Galvão.

Uma iniciativa bem sucedida de parceria do Brasil em pesquisa sobre mudanças climáticas com outros países foi o desenvolvimento de satélites de observação da Terra em cooperação com a China que possibilitou o monitoramento do desmatamento da Amazônia, exemplificou o pesquisador.

“Isso foi muito importante para termos mais detalhes sobre o desmatamento da floresta”, disse.

Esse mesmo tipo de parceria poderia ser útil, agora, para o aprimorar os modelos climáticos para analisar as mudanças do clima na América do Sul, avaliou Galvão.

“Nenhum deles funciona bem para a América do Sul. A cordilheira dos Andes, por exemplo, não é bem considerada nesses modelos. E por que não há uma abordagem internacional para olhar com mais cuidado onde nossos modelos falham? Falta um acordo internacional entre as diferentes agências para isso”, disse.

As cartas e comunicações do GRC estão disponíveis em: https://globalresearchcouncil.org/grc-publications/.





Autor: FAPESP
Fonte: FAPESP
Sítio Online da Publicação: FAPESP
Data: 01/06/2023
Publicado: 2023-06-01Mais...
 

Agências de fomento de 63 países ratificam compromisso por pesquisas mais amplas e inclusivas

Carta de princípios foi ratificada durante encontro anual do Global Research Council, que tem a FAPESP como co-organizadora e ocorre em Haia, nos Países Baixos. Objetivo é estabelecer práticas comuns para avaliar qualidade da ciência produzida e facilitar colaborações internacionais



André Julião Agência FAPESP – Pesquisa, instituições e pesquisadores precisam ser avaliados de forma ampla e holística, levando em conta o contexto em que a pesquisa é feito, como o campo de estudo ou o estágio da carreira do pesquisador. Além disso, é preciso reconhecer a diversidade das atividades de pesquisa, inovação e resultados que demandam habilidades e competências diversas. Práticas e abordagens responsáveis de pesquisa devem ser guiadas pela promoção da equidade, diversidade e inclusão.

Esses são alguns dos princípios ratificados pelas agências participantes do encontro anual do Global Research Council (GRC), que ocorre até sexta-feira (2/5) no Palácio da Paz, em Haia, nos Países Baixos. O encontro tem como organizadores a Organização Neerlandesa para a Pesquisa Científica (NWO) e a FAPESP.

“Temos muita influência na cultura e no comportamento de pesquisadores e instituições de pesquisa. Portanto, chegar a um conjunto de princípios sobre como pensamos sobre recompensar e reconhecer pesquisadores é absolutamente crítico e fundamental para fazer o que fazemos”, disse Prue Williams, ministra de Negócios, Inovação e Emprego da Nova Zelândia, que conduziu a sessão “Reconhecendo e Recompensando Pesquisadores”, ocorrida nesta quarta-feira (31/5).

Membro do conselho executivo da NWO e professor do Centro Médico da Universidade Erasmus, em Roterdã, Arfan Ikram lembrou sua própria trajetória como professor e pesquisador para ressaltar a importância de recompensar e reconhecer os pesquisadores nos diferentes estágios da carreira.

“Esse movimento de reconhecimento e recompensa tem pelo menos uma década e hoje busco contribuir no papel de financiador de pesquisa. Mas quando olho para trás, vejo que reconhecimento e recompensa beneficiaram enormemente minha carreira como pesquisador e professor, de forma que sem isso eu não estaria aqui”, contou.

Novos desafios

A palestra principal foi proferida por Laura Rovelli, membro do Consellho Executivo da DORA (Declaração de Avaliação de Pesquisa, na sigla em inglês) e coordenadora do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO), com sede em Buenos Aires.

Segundo Rovelli, há alguns desafios atualmente à avaliação de pesquisas devido a diferentes transformações que ocorrem na sociedade, algumas relacionadas a problemas urgentes e críticos. Um deles é a busca por sustentabilidade enquanto se enfrenta mudanças climáticas globais e outras questões sociais.

“É preciso reforçar o papel da ciência como um bem comum, de forma a obter engajamento dos cidadãos na atividade científica. Por outro lado, para proteger o acesso aos benefícios da ciência, que podem trazer o bem-estar de indivíduos e sociedades, é também um desafio alinhar a qualidade da pesquisa com integridade e impacto social”, ressaltou.

Nesse sentido, a pesquisadora lembrou que algumas medidas estão sendo tomadas para melhorar a qualidade da avaliação de pesquisas na América do Sul, como a rede de 10 universidades brasileiras que trabalham em reformas alinhadas aos princípios da DORA, grupo internacional que desde 2012 formula e propõe melhorias nesse tipo de avaliação.

Em seguida à palestra, os participantes se dividiram em cinco grupos e levantaram questões a serem incorporadas às futuras discussões sobre o tema no GRC. Por fim, ratificaram a carta de princípios, com nove itens elaborados para avançar em novas formas de avaliar pesquisas e pesquisadores.



Autor: André Julião Agência FAPESP

Fonte: FAPESP
Sítio Online da Publicação: FAPESP
Data: 31/05/2023
Publicação Original: https://fapesp.br/16128/agencias-de-fomento-de-63-paises-ratificam-compromisso-por-pesquisas-mais-amplas-e-inclusivas
Publicado: 2023-05-31Mais...
 

Enfrentamento de problemas globais requer colaboração internacional e evidencia papel estratégico do GRC



‘les mesurables’ [trocadilho com a palavra mesure, que em inglês significa medir]. Muitas vezes reduzimos a complexidade da vida a um único número. As métricas têm seu valor, mas é importante permanecer crítico.”

Na avaliação de Dijkgraaf, serão dados durante a Reunião Anual do GRC importantes passos em direção a novos princípios para o reconhecimento e a recompensa de pesquisadores, em um esforço para capturar todas as dimensões do trabalho acadêmico.

“Ver esse tema na agenda me enche de orgulho, uma vez que os Países Baixos foram um dos primeiros a abordar a questão. O fato de que este movimento agora está ganhando aceitação internacional é claro pela distinta companhia reunida aqui hoje. Não há nada mais poderoso do que uma ideia cuja hora já chegou.”

A agenda da 11a reunião reúne uma série de temas estratégicos, incluindo questões transversais sobre igualdade, diversidade e inclusão, bem como a avaliação responsável da pesquisa científica, além das questões relativas à colaboração internacional e às atividades futuras do GRC. “Vamos nos concentrar em inovar as formas de reconhecer e recompensar cientistas, bem como em discutir as responsabilidades e oportunidades dos financiadores na abordagem da mudança climática. Acredito firmemente que as declarações de princípios sobre ambos os tópicos, que serão apresentadas nas sessões subsequentes, vão inspirar cada um de nós, nossas organizações e o GRC como um todo, enquanto nos esforçamos para possibilitar que a pesquisa científica seja feita da melhor maneira possível”, afirmou a presidente do Conselho Administrativo (Governing Board) do GRC.

“A ciência nos fornece conhecimento, ferramentas inovadoras e soluções criativas para combater as mudanças climáticas e a perda da diversidade biológica, para erradicar a pobreza, reduzir a desigualdade, promover a justiça e trazer à tona a lógica da paz global. Que nosso trabalho conjunto contribua para um espírito global de cooperação pacífica”, acrescentou.



Autor: Karina Toledo, de Haia | Agência FAPESP

Fonte: FAPESP
Sítio Online da Publicação: FAPESP
Data: 31/04/2023
Publicação Original: https://fapesp.br/16125/enfrentamento-de-problemas-globais-requer-colaboracao-internacional-e-evidencia-papel-estrategico-do-grc
Publicado: 2023-05-31Mais...