existindo no mundo: mas o mundo de quem – e por que não mudá-lo?

Autores

  • arie kizel Faculty of Education Haifa University Israel

DOI:

https://doi.org/10.12957/childphilo.2017.29923

Palavras-chave:

filosofia com crianças, gert biesta, transformação

Resumo

Este artigo discorda da palestra de Gert Biesta, e minha interpretação é de que seu argumento leva à conclusão de que o mundo tem uma essência em sua natureza. Assim, para qualquer tipo de entidade, existem uma série de características, que qualquer entidade deste tipo deveria ter. Por isso, neste texto, defenderei que existência “no mundo” acarreta necessariamente a crença de que muitos outros mundos consistindo em diversas entidades e comunidades estiveram presentes há tempos e devem ser reconhecidos. O texto também se opõe à visão de que crianças devem ser ensinadas a se ajustarem à vida no mundo – i.e. submeter-se e comprometer-se – promovendo comunidades de questionamento filosófico que situam as dúvidas e incertezas das crianças no centro de seu foco, promovendo assim o Tikkun Olam (justiça social ou estabelecimento de qualidades divinas através do mundo) no seu sentido mais amplo. Todos estes “comprometimentos” exigidos das crianças fazem parte da “pedagogia do medo”. O texto defende que a criança – se a ela é permitido desempenhá-lo desde a tenra idade – pode se envolver em três atividades: 1)o exercício de seus próprios processos de pensamento; 2) o desenvolvimento de sua vontade de lutar por (melhorar) coisas; e 3) a identificação das possibilidades de mudança e Tikkun Olam. As crianças podem participar, desde a tenra idade, em comunidades de investigação educacionais e filosóficas nas quais possam pensar e  considerar ideias – inclusive aquelas capazes de criar um “mundo” singular delas – , um “mundo de adultos”, se assim for. Estas três atividades necessariamente formam parte da base do entendimento da criança sobre aquilo que necessita de “reparação” no mundo. A comunidade de investigação pode cultivar sua habilidade para identificar injustiças e faltas sociais, e estar pronta para ativamente buscar mudar a sociedade. No centro desta mudança encontra-se o potencial da filosofia de servir como força motora por trás da ação e influência, em vez de um poder dedicado a preservar o status quo.

Biografia do Autor

arie kizel, Faculty of Education Haifa University Israel

Arie Kizel, PhD Head of Dep. of Learning, Teaching and Teacher Education Faculty of Education Haifa University Haifa Israel

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Publicado

2017-09-08

Como Citar

kizel, arie. (2017). existindo no mundo: mas o mundo de quem – e por que não mudá-lo?. Childhood & Philosophy, 13(28), 567–577. https://doi.org/10.12957/childphilo.2017.29923

Edição

Seção

dossiê