“enganando a natureza”: matthew lipman e os prolegomena para uma pedagogia da ciência

Autores

  • stefano oliverio

Resumo

Este artigo explora o papel que a idéia de ciência joga dentro da aproximação lipmaniana de investigação. De um lado, parece que Lipman compartilha uma visão tipicamente moderna de uma visão “antagonista-metacientífica” da filosofia (de uma maneira quase Arendtiana ou Kantiana), opondo o trabalho científico à investigação filosófica. Por outro lado, ele mo-dela sua idéia de comunidade de investigação filosófica baseado na construção teórica “Peir-ceana-Deweyana” de comunidade de investigação, a qual se refere exatamente ao trabalho científico. E – o que é ainda mais significativo - é somente capitalizando a origem científica de sua construção que Lipman pode reestabelecer a tradição socrática da filosofia como prá-tica dialógica. Contudo, a relação de Lipman com a ciência é ainda mais complexa: ele com-preende ciência como um projeto de “enganação e superação da natureza”. Remontando a origem dessa metáfora ao dito de Heráclito “a natureza ama se esconder” (physis kryptesthai philei) e da interpretação de Francis Bacon dos mitos antigos, e confrontando-as à idéia kuni-ana de ciência normal como resolução de problemas, torna-se claro que Lipman reconhece o caráter “reflexivo” – isto é, o filosófico – da ciência e a necessidade de um pensamento com-plexo na própria ciência como uma dimensão básica para seu desenvolvimento. Contra o plano de fundo dessas análises, este artigo aponta para a possibilidade de uma pedagogia da ciência na vertente lipmaniana. Palavras-chave: comunidade de investigação; pedagogia da ciência; Matthew Lipman; práti-ca filosófica; Peirce; Dewey

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Publicado

2011-06-26

Como Citar

oliverio, stefano. (2011). “enganando a natureza”: matthew lipman e os prolegomena para uma pedagogia da ciência. Childhood & Philosophy, 7(13), pp.141–160. Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/20583

Edição

Seção

artigos