Corpos interditados no Brasil das desigualdades históricas:
educação, racismo e LGBTfobia na trajetória do barítono Raimundo Pereira (1990-2006)
DOI:
https://doi.org/10.12957/teias.2024.83851Palavras-chave:
história da educação, racismo, homofobiaResumo
Este artigo tem como objetivo refletir, a partir da trajetória do cantor de ópera Raimundo Pereira, sobre obstáculos historicamente impostos à escolarização de pessoas subalternizadas. Nos caminhos da História Oral indagamos: como a presença de corpos não hegemônicos de pessoas negras e homossexuais são interditados em espaços educacionais e artísticos? Enfatizamos a temporalidade entre 1990 e 2006 por relacionar-se ao percurso de formação universitária e militante do sujeito protagonizado na pesquisa. Priorizamos fragmentos de documentos orais produzidos mediante entrevistas realizadas com contemporâneos do artista e trechos de sua autobiografia. Interpretamos que Raimundo Pereira interrompeu sua trajetória acadêmica em razão do conjunto de opressões sobrepostas e indissociáveis de suas identidades homossexual, de classe, raça e regionalidade. Assim, argumentamos que discursos meritocráticos, antigênero, racistas e classistas desconsideram fatores históricos e operam por meio da produção de estereótipos negativos, culpabilizando grupos vulnerabilizados, desresponsabilizando o Estado e a sociedade quanto a medidas de reparação.
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