“ISSO JÁ PASSOU, TÁ GERAL SE PEGANDO JÁ”: INVESTIGANDO OS USOS DO GRINDR EM TEMPOS DE PANDEMIA
DOI:
https://doi.org/10.12957/redoc.2022.62246Palavras-chave:
Grindr, Homens gays, Pandemia, Educação.Resumo
Este artigo, recorte de pesquisa de mestrado recentemente finalizada, propõe-se a conhecer práticas de namoro/“pegação” de homens gays que vêm utilizando o aplicativo Grindr na pandemia. Para isso, adotamos o método da cartografia e entendemos que o trabalho investigativo da/o cartógrafa/o encontra-se aberto à imprevisibilidade das práticas cotidianas ao buscar acompanhar os processos que formam o “relevo da paisagem”. Com os subsídios teórico-metodológicos da cartografia, conversamos com quatro homens gays pelo WhatsApp entre julho de 2020 e abril de 2021. Apostamos na conversa online como procedimento metodológico e interagimos com os sujeitos mediante uma postura investigativa alteritária que valoriza a horizontalidade das vozes, ou seja, buscamos romper com a ideia de que pesquisadoras/es colocam-se na posição de superioridade em relação aos interlocutores da pesquisa. A conversa com os sujeitos evidenciou que, enquanto não houver maior conscientização da população sobre os perigos da COVID-19, continuaremos assistindo de camarote na internet a jovens e adultos marcando encontros presenciais, fazendo “pegação” e contribuindo para que o novo coronavírus continue circulando.
Referências
BURKE, Peter. História e teoria social. Tradução de Klauss Brandine Gerhardt, Roneide Venâncio Majer e Roerto Ferreira Leal. 2. ed. São Paulo: UNESP, 2012. 339 p.
BUTLER, Judith. El capitalismo tiene sus límites. In: AMADEO, Pablo (Org.). Sopa de Wuhan: Pensamientos contemporáneos em tiempos de pandemia. ASPO (Aislamiento Social Preventivo y Obligatorio); 2020, p. 59-66. Disponível em: <https://bit.ly/sopadewuhan>. Acesso em: 23 jul. 2021.
CARRARA, Sérgio. As ciências humanas e sociais entre múltiplas epidemias. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 30, n. 2, e300201, 2020. Disponível em: <https://bit.ly/3j8wXrf>. Acesso em: 27 set. 2020.
CARVALHO; Felipe da Silva Ponte de; POCAHY, Fernando. Cartografias ciberculturais da formação docente: experimentações autorais na disciplina de educação estética. Revista Ciências Humanas, Taubaté, v. 13, n. 1, p. 94-102, jan./abr. 2020. Disponível em: <https://bit.ly/3blYJvG>. Acesso em: 10 maio 2020.
COUTO, Edvaldo; SOUZA, Joana. Dourado. França. de, NASCIMENTO, Sirlaine. Pereira. Grindr e Scruff: amor e sexo na cibercultura. Performances Interacionais e Mediações Sociotécnicas/SIMSOCIAL. Salvador, 2013. Disponível em: <https://bit.ly/35zclEW>. Acesso: 12 set. 2020.
COUTO, Edvaldo; COUTO, Edilece Souza; CRUZ, Ingrid de Magalhães Porto. #Fiqueemcasa: educação na pandemia da COVID-19. Interfaces Científicas – Educação, Aracaju, v. 8, n. 3, p. 200-217, 2020. Disponível em: <https://bit.ly/35ZS4X8>. Acesso: 15 maio 2020.
COUTO JUNIOR, Dilton Ribeiro; FERREIRA, Helenice Mirabelli Cassino; OSWALD, Maria Luiza Magalhães Bastos. Compartilhando experiências sobre o “armário”: as conversas online como procedimento metodológico da pesquisa histórico-cultural na cibercultura. Interfaces Científicas – Educação, Aracaju, v. 6, n. 1, p. 23-34, out. 2017. Disponível em: <https://bit.ly/2zRX7KV>. Acesso em: 18 mai. 2020.
FERRAÇO, Carlos Eduardo; ALVES, Nilda. Conversas em redes e pesquisas com os cotidianos: a força das multiplicidades, acasos, encontros, experiências e amizades. In: RIBEIRO, Tiago; SOUZA, Rafael de; SAMPAIO, Carmen Sanches (Orgs.). Conversa como metodologia de pesquisa: por que não? Rio de Janeiro: Ayvu, 2018, p. 41-64.
HENRIQUE, Trazíbulo. COVID-19 e a internet (ou estou em isolamento social físico). Interfaces Científicas – Humanas e Sociais, Aracaju, v. 8, n. 3, p. 173-176, 2020. Disponível em: <https://bit.ly/2KMPtG5>. Acesso em: 28 abr. 2020.
KOHAN, Walter Omar. Tempos da escola em tempo de pandemia e necropolítica. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 15, e2016212, p. 1-9, 2020. Disponível em: <https://bit.ly/388Jhn1>. Acesso em: 28 jun. 2020.
LAURINDO-TEODORESCU, Lindinalva; TEIXEIRA, Paulo Roberto. Histórias da Aids no Brasil. v. 1: As respostas governamentais à epidemia de Aids. Brasília: Ministério da Saúde/Secretaria de Vigilância em Saúde/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, 2015.
LEMOS, André. Mobilidade e espaço urbano. In: BEIGUELMAN, Giselle; La FERLA, Jorge. Nomadismos tecnológicos. São Paulo: editora Senac São Paulo, 2011.
MADDALENA, Tania Lucía; COUTO JUNIOR, Dilton Ribeiro; TEIXEIRA, Marcelle Medeiros. O que dizem os memes da educação na pandemia? Dilemas e possibilidades formativas. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica, Salvador, v. 5, n. 16, p. 1518-1534, 2020. Disponível em: <https://bit.ly/37WedIs>. Acesso em: 29 dez. 2020.
MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. Tradução de Renata Santini. São Paulo: n-1 Edições, 2018.
MISKOLCI, Richard. San Francisco e a nova economia do desejo. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, São Paulo, n. 91, p. 269-295, 2014. Disponível em: <https://bit.ly/2VmiFZs>. Acesso em: 8 abr. 2020.
NOLASCO-SILVA, Leonardo. “Os olhos tristes da fita rodando no gravador”: as tecnologias educacionais como artesanias docentesdiscentes. 2018. 205f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.
NOLASCO-SILVA, Leonardo; BIANCO, Vittorio Lo; DELGADO, Matheus Franco. A pedagogia do vírus: cotidianos e educações não presenciais. Revista Interinstitucional Artes de Educar, Rio de Janeiro, v. 6, p. 348-365, jun./out. 2020. Disponível em: <https://bit.ly/3qKTQVe>. Acesso em: 24 jan. 2021.
PARAÍSO, Marlucy Alves. Metodologias de pesquisas pós-críticas em educação e currículo: trajetórias, pressupostos, procedimentos e estratégicas analíticas. In: MEYER, Dagmar Estermann; PARAÍSO, Marlucy Alves (Orgs.). Metodologias de pesquisas pós-críticas em educação. 2. Ed. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2014, p. 25-47.
RUANI, Ruann Moutinho; COUTO JUNIOR, Dilton Ribeiro; AMARO, Ivan. A conversa online como procedimento metodológico na pesquisa com masculinidades dissidentes na cibercultura: notas teórico-metodológicas. Interfaces Científicas – Educação, Aracaju, v. 8, n. 2, p. 205-218, mar. 2020. Disponível em: <https://bit.ly/2J9GiPs>. Acesso em: 24 mar. 2020.
SANTAELLA, Lúcia. A ecologia pluralista das mídias locativas. Revista FAMECOS, Porto Alegre, v. 15, n. 37, p. 28-35, 2008. Disponível em: <https://bit.ly/3dY8rGE>. Acesso em: 16 mai. 2020.
SANTAELLA, Lucia. A Pós-verdade é verdadeira ou falsa? Barueri: Estação das Letras e Cores, 2018.
SANTOS, Boaventura de Souza. A cruel pedagogia do vírus. Coimbra: Almedina, 2020.
SILVA, João Paulo de Lorena; PARAÍSO, Marlucy Alves. Para uma cartografia de infâncias queer no currículo escolar. Revista Educação em Questão, Natal, v. 57, n. 54, p. 1-21, out./dez. 2019. Disponível em: <https://bit.ly/2t5wHES>. Acesso em: 10 jan. 2020.
TEIXEIRA, Marcelle Medeiros; COUTO JUNIOR, Dilton Ribeiro. Deu ruim na hashtag! Bots e pandemia de fake news em tempos de COVID-19: o caso #Fechadocombolso(l)naro. Revista Interinstitucional Artes de Educar, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 328-347, jun./out. 2020. Disponível em: <https://bit.ly/3h4A7fP>. Acesso em: 16 dez. 2020.
TEIXEIRA, Marcelle Medeiros; COUTO JUNIOR, Dilton Ribeiro; BRITO, Leandro Teofilo de. Nem tudo que reluz é ouro: discutindo memes e fake news em tempos de pandemia. Comunicologia, Brasília, v. 14, n. 1, p. 81-101, jan./jun. 2021. Disponível em: <https://bit.ly/3lE462k>. Acesso em: 7 ago. 2021.
TREVISAN, João Silvério. Devassos no paraíso: a homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade. Rio de Janeiro: Objetiva, 2018.
ŽIŽEK, Slavoj. El coronavirus es un golpe al capitalismo a lo Kill Bill.... In.: AMADEO, Pablo (org.). Sopa de Wuhan: Pensamientos contemporáneos en tiempos de pandemia. ASPO (Aislamiento Social Preventivo y Obligatorio); 2020, p. 21-28. Disponível em: <https://bit.ly/sopadewuhan>. Acesso em: 12 set. 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).