escola, problemas de escuta?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/childphilo.2019.40339

Palavras-chave:

escola, escuta, insurreição

Resumo

Apresentando o enviesamento da escuta como um problema comum nas escolas, o artigo objetiva discutir de quais modos falas, manifestações e discursos estudantis são afinados ao ponto de perderem sua força imanente. Afirmando haver uma insistência em afinar as escutas nas escolas mesmo a partir de teorias pedagógicas, o texto aponta, na contramão, para enunciações pouco usuais de estudantes como um dever ética. Metodologicamente, essa pesquisa acompanhou o contexto de duas escolas do estado do Espírito Santo, criando redes de conversações entre estudantes e professores. Assim, apostando na perspectiva de uma escuta distraída, o artigo propõe não dar vazão apenas aos silenciamentos ou às escutas perversas, mas, antes, opta por apontar de que modos outras falas reverberam produzindo certas insurreições. Se as escutas pedagógicas dão preferências a certas alunas e alunos, é preciso enxergar ali, nos corpos menos prestigiosos, um arrombo de escuta incontrolável.

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Biografia do Autor

steferson zanoni roseiro, universidade federal do espírito santo

Professor da Rede Municipal de Ensino de Cariacica/ES e mestrando no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo.

nahum thiaghor lippaus pires gonçalves, universidade federal do espírito santo

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo e Mestre em Educação em Ciências e Matemática pelo Instituto Federal do Espírito Santo

alexsandro rodrigues, universidade federal do espírito santo

Professor do Centro de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo.

Referências

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Publicado

2019-04-29

Como Citar

ROSEIRO, Steferson zanoni; GONÇALVES, Nahum thiaghor lippaus pires; RODRIGUES, Alexsandro. escola, problemas de escuta?. childhood & philosophy, Rio de Janeiro, v. 15, p. 01–21, 2019. DOI: 10.12957/childphilo.2019.40339. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/40339. Acesso em: 1 maio. 2025.

Edição

Seção

experiências

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