educando o “homo videns”. filosofia para crianças como um modo de opor-se a “situação antimeditativa” dos nossos tempos e fomentar a atitude democrática

Resumo

Homo videns é hoje o homem ou a mulher cujo arcabouço de conhecimento é modelado pelo uso da mídia moderna. A experiência passiva (da infância em diante) de uma mídia baseada em imagens pesada pode limitar as crianças de desenvolver a capacidade de abstração – ou seja, a habilidade de formar conceitos gerais, de fazer comparações, e de reconhecer diferentes pontos de vista. O que está em jogo é o futuro da democracia como uma forma de vida que se baseia na discussão racional e em habilidades argumentativas. Filosofia para Crianças oferece um meio efetivo para opor-se a esse fenômeno. Se o homo videns é (ou risca ser) alienado pela imediaticidade dos meios e anestesiado por “ausência de reflexão” como um prisioneiro na caverna de Platão, crianças e adolescentes que participam das discussões da Filosofia para Crianças têm a oportunidade de experimentar com o pensamento, de ter uma experiência de primeira mão na co-construção do conhecimento, e, desse modo, virem a ser cidadãos de uma real e efetiva democracia. Palavras-chave: Filosofia para crianças; homo videns; democracia; infância