fabulate ergo sum: a criação, o currículo e o cuidado com a vida

Autori

DOI:

https://doi.org/10.12957/childphilo.2021.56906

Parole chiave:

fabulação, currículo, comum, método de pesquisa, escola

Abstract

Esse artigo discute a possibilidade de fazer a fabulação um método de pesquisa coletivo, apresentando o conceito de fabulação criado por Henri Bergson e ampliado por Gilles Deleuze e Félix Guattari para, no limite, fazer nascer o método. Partindo do princípio de que as forças vitais são minadas pela máquina capitalística, o texto indaga pelas possibilidades de insurreição e de apego à vida nas escolas. Se a fabulação tem um lado obscuro inclinado para a regulação da vida, a filosofia da diferença dá ao conceito a possibilidade de ampliação dos compossíveis da imanência. Fabular seria, então, uma questão de criar possíveis para a existência. Assim, esse texto propõe fabular, com alunos de uma escola periférica no município de Cariacica-ES, condições de produção coletiva de vida a partir da própria escola. Desse modo, diante do imperativo funcional e mercantil que rege a escola e as produções curriculares, aborda algumas das questões e dificuldades encontradas no processo de fabulação enquanto método. Por fim, aponta para a fabulação enquanto criação de um comum que afete os corpos. Eis, então, uma fabulação que destitui o lugar de autoria para criar um corpo coletivo capaz de criar vazios que expandam os limites da vida.

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Biografia autore

steferson zanoni roseiro, Universidade Federal do Espírito Santo

Professor da Rede Municipal de Ensino de Cariacica/ES e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo.

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Pubblicato

2021-06-30

Come citare

ROSEIRO, Steferson zanoni. fabulate ergo sum: a criação, o currículo e o cuidado com a vida. childhood & philosophy, Rio de Janeiro, v. 17, p. 01–25, 2021. DOI: 10.12957/childphilo.2021.56906. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/56906. Acesso em: 1 mag. 2025.

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