deslocamentos crianceiros, conversas transviadas: coisas da educação e de afirmação de uma vida que importa
DOI :
https://doi.org/10.12957/childphilo.2018.33631Mots-clés :
criança, infância, identidade, sexualidade, raçaRésumé
A partir da premissa que a criança é um outro perigoso que precisa ser controlado, esse artigo propõe acompanhar – e, em dada medida, inventar – as infâncias errantes, desviadas e transviadas como campo de possibilidades para afirmar uma vida que difere de si mesma. Compreendendo a partir de René Schérer, Guy Hocquenghem e Michel Foucault que as infâncias são relegadas a uma ordem de instituições que as sequestram sem parar, isto é, que veementemente se lançam sobre elas para lhes ceifar o campo das possibilidades, esse texto tenta se aliar às crianças e as suas travessuras. Assim, essa escrita busca afirmar a criança enquanto categoria analítica, enquanto ficção de processos de rememoração. Nessa aventura, é o processo de invenção que se alia à memória e põe para trabalhar os conceitos e as afecções da racialidade, de gênero e de sexualidade. Aqui, é a criança que borra os limites dessas categorias, que faz sumir as estabilidades da existência. Porque malditas, as crianças (des)viadas não se satisfazem com as infâncias sequestradas que lhes imprimem. Riem e zombam das histórias da infância tão confortavelmente contadas no mundo dos adultos. As crianças aqui presentes são potentes justamente por estabelecerem linhas de resistência frente às violências, ao racismo, à heterossexualidade compulsória, à misoginia. Travessas, as crianças apenas riem e convidam aos outros com seus rastros de traquinagem.Téléchargements
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Publiée
2018-05-07
Comment citer
RODRIGUES, Alexsandro; BRASILEIRO, Castiel vitorino; ZAMBONI, Jésio; FERREIRA, Marcelo santana; ROSEIRO, Steferson zanoni. deslocamentos crianceiros, conversas transviadas: coisas da educação e de afirmação de uma vida que importa. childhood & philosophy, Rio de Janeiro, v. 14, n. 30, p. 407–426, 2018. DOI: 10.12957/childphilo.2018.33631. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/33631. Acesso em: 1 mai. 2025.
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