EXPERIÊNCIAS INCLUSIVAS NOS TERRITÓRIOS FÍSICOS, SIMBÓLICOS E INFORMACIONAIS
DOI:
https://doi.org/10.12957/redoc.2024.87709Resumo
No âmbito da educação, é fato que o debate sobre a inclusão vem provocando movimentos no cenário brasileiro e mundial, sendo que um de seus impactos ocorre no campo da educação de pessoas com demandas específicas de aprendizagem. Emergindo questionamentos, o debate nas universidades e nas escolas exige também que mudanças sejam promovidas no sistema educacional, demandando esforços, como inovações arquitetônicas, didático-pedagógicas, curriculares, tecnológicas, entre outros. Nesse movimento de inclusão, a experiência do convívio das diferenças no mesmo espaço escolar, por intermédio da educação inclusiva, se contrapõe à manutenção da segregação que sistematizou escolas diferentes para pessoas diferentes e caracteriza-se, portanto, como oposição a estratégia de manutenção do controle social instituído pelo sistema capitalista (Damasceno, 2022).
Nesse sentido, esse dossiê apresenta alguns dos achados de pesquisas em Educação Especial, destacando como a inclusão educacional se concretiza na relação entre culturas, políticas e práticas educacionais. No contexto contemporâneo, marcado pela cibercultura, essas dimensões são profundamente influenciadas pelas tecnologias digitais, que transformam as dinâmicas de ensino, aprendizagem e acessibilidade. Ao explorar essas interseções, incentivamos a reflexão crítica sobre as práticas pedagógicas inclusivas, destacando experiências que tenham conseguido promover uma educação mais acessível e inclusiva, em perspectiva de ciberacessibilidade.
Por ciberacessibilidade ou acessibilidade cibercultural, entendemos o conjunto dessas soluções, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias e táticas que os praticantes culturais criam, desenvolvem e acionam para superar entraves, obstáculos, atitudes e/ou comportamentos que limitem ou impeçam a sua participação social. Através da mediação do uso de dispositivos culturais, ambientes, aplicativos e serviços para a utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias na interface cidade–ciberespaço (Almeida; Santos, 2024)
Para isso, propomos uma abordagem integrada, explorando o uso de ambientes virtuais de aprendizagem, do ciberespaço e da hipermídia, das tecnologias assistivas de baixo e médio custo, bem como de inovações pedagógicas para promover a inclusão educacional de pessoas com deficiência. Dessa forma, buscamos não apenas compreender as práticas existentes, mas também mobilizar uma discussão sobre o potencial transformador do digital em rede na promoção de uma educação verdadeiramente inclusiva.
Desse modo, a Educação Especial em perspectiva de ciberacessibilidade se apresenta como uma abordagem inovadora e necessária para enfrentar os desafios contemporâneos da inclusão educacional. Reconfigurando as práticas pedagógicas, para que os ambientes de aprendizagem sejam pensados de maneira inclusiva desde a sua concepção, levando em conta as diversas necessidades dos estudantes e o Desenho Universal para a Aprendizagem.
Assim, investir na formação para o digital em rede potencializa a eficácia das práticas pedagógicas e contribui para a construção de uma identidade docente alinhada com as atuais demandas, preparando para uma atuação inovadora e consciente com o uso de recursos digitais. Desse modo, a formação continuada se torna um catalisador na concretização da educação significativa e na preparação dos alunos para os desafios atuais (Pedrosa; Santos, 2024).
Dessa forma, a proposta deste dossiê é discutir como a ciberacessibilidade pode ser um caminho potente para a inovação pedagógica e tecnológica, explorando suas implicações na formação docente e nas práticas de inclusão. As contribuições aqui reunidas pretendem ampliar o debate sobre as possibilidades e os desafios da Educação Especial no contexto digital, com o intuito de promover um ensino mais inclusivo, acessível e transformador.
O primeiro artigo “Suporte educacional on-line aos alunos com Deficiência Intelectual no Ensino Superior” apresenta uma ação de suporte educacional on-line aos alunos com deficiência intelectual do curso à distância da Licenciatura em Educação Especial da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, observando que as ações decorrentes foram profícuas para acessibilidade e ciberacessibilidade dos estudantes. O trabalho destaca as questões relatadas pelos alunos como um alerta para o desenvolvimento de ações contundentes de combate ao capacitismo no Ensino Superior na perspectiva de uma Pedagogia Descapacitista.
Já o segundo artigo “Itinerâncias e mídias sociais na/para diversidade: LEPEDI em ação” investiga as itinerâncias e projeções do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação, Diversidade e Inclusão (LEPEDI) nas mídias sociais e nos mais diversos espaços para além da Universidade, caminhando de maneira crítico-reflexiva por questões acerca dos impactos acadêmicos-científicos produzidos pelo laboratório. Nesse sentido, a pesquisa se debruçou sob a perspectiva histórico-político-pedagógica de um laboratório de pesquisa, que gera impactos em seu lócus de atuação, atingindo a comunidade interna e externa à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
O terceiro artigo “O cuidar para além do educar: implicações das tecnologias digitais na educação matemática de sujeitos com transtorno do espectro autista” trata da inclusão de estudantes com TEA no ambiente educacional, explorando as potenciais contribuições das tecnologias digitais educacionais para a aprendizagem matemática. A pesquisa analisou dados para apontar avanços significativos no desenvolvimento desses alunos, particularmente no que se refere à atenção compartilhada e à aquisição do conceito matemático de adição, favoreceu a construção de conceitos matemáticos que antes eram inacessíveis.
O quarto artigo “Os usos dos recursos digitais nas práticas de leitura de pessoas com deficiências visuais” reflete como os recursos digitais têm auxiliado na prática de leitura das pessoas com deficiências visuais assistidas pela Associação dos Deficientes Visuais de Irecê e Região (ADEVIR) através dos usos dos dispositivos utilizados pelos participantes da pesquisa. Perpassando também pelos recursos de acessibilidades DOSVOX e o Talkback, que já vem instalado em celulares com sistema Android.
O quinto artigo “Gamemotricidade e cognição: diálogos entre os jogos imersivos, aprendizagem e neurociência” trata do potencial do uso do videogame imersivo como recurso pedagógico no desenvolvimento de habilidades cognitivas, funcionais, psicomotoras e socioemocionais em estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) de 4 a 8 anos de idade. Propondo uma ressignificação do olhar social para o uso de videogames, a relevância na concepção deste trabalho se consolida na teoria de Pierre Lévy quando apresenta a inteligência coletiva como a que se dissemina entre todos os indivíduos na humanidade.
O sexto artigo “Processos de formação continuada na cibercultura e a luta anticapacitista na educação superior” aborda a necessidade de enfrentar as barreiras atitudinais que limitam a inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior. Demonstrando que tais barreiras, muitas vezes impostas por servidores das universidades, representam um dos principais desafios para garantir uma educação inclusiva. Nesse sentido, o trabalho apresenta os cursos de formação continuada como uma estratégia eficaz para modificar essas percepções capacitistas para a promoção de um ambiente mais inclusivo.
O sétimo artigo “Formação docente para a alfabetização do estudante com deficiência intelectual: possibilidades no ambiente virtual” apresenta uma proposta de formação docente que teve como foco a elaboração e aplicação do Plano Educacional Individualizado para estudantes jovens e adultos com deficiência intelectual, realizada através da mediação tecnológica. Nesse sentido, a utilização de tecnologias digitais e práticas inclusivas foi enfatizada como possibilidade de contribuir com a melhoria na qualidade da educação e promover o desenvolvimento autônomo e independente dos alunos.
O oitavo artigo “Lógica de programação: jogo modificado para alunos com cegueira” discute o uso de jogos na educação de pessoas com deficiência visual objetivando investigar as contribuições do uso de um jogo de tabuleiro no processo de ensino e aprendizagem do conteúdo de Lógica de Programação para estudantes cegos. Fundamentado na Teoria Histórico-Cultural de Vygotsky e na Teoria da Formação da Ação Mental por meio de etapas de Galperin, o estudo adota uma abordagem qualitativa e aplicada, visando aprofundar a compreensão sobre como recursos lúdicos podem facilitar o acesso desses alunos ao conteúdo técnico de programação.
O nono artigo “Plataformização da educação pública: desafios para autonomia docente e inclusão discente” apresenta uma discussão sobre os impactos da crescente implementação de plataformas digitais na educação pública, com foco nas consequências para a autonomia dos professores e a inclusão dos alunos. A análise foi baseada em uma pesquisa documental realizada em uma feira educacional, na qual foram observados os produtos e serviços oferecidos, juntamente com os argumentos de venda utilizados pelas empresas de tecnologia educacional. Além disso, o artigo examina a incorporação de duas dessas plataformas privadas em uma rede pública de São Paulo, avaliando suas recomendações para a inclusão dos alunos e a autoria dos mesmos no processo de aprendizagem.
O décimo artigo “Curadoria digital como recurso pedagógico para educação inclusiva” discute o desenvolvimento de um Produto Educacional voltado para a inclusão de alunos com Deficiência Intelectual na Educação Básica, utilizando a tecnologia como dispositivo facilitador. O estudo surge da necessidade de enfrentar as dificuldades encontradas por professores ao tentar reunir materiais pedagógicos adequados às necessidades dos alunos com deficiência intelectual e proporcionar esses alunos um desenvolvimento mais significativo, ao oferecer materiais que incentivem a ludicidade e a interação, possibilitando que assumam um papel mais ativo em seu processo de construção do conhecimento.
O décimo primeiro artigo “Caminhos para a educação inclusiva: relato de experiência na prática de ensino” aborda a necessidade de repensar o sistema educacional, que historicamente foi estruturado com base em um padrão normativo, excludente e igualitário, inadequado para atender às demandas de uma educação inclusiva. Identificando e analisando, portanto, a criação de ambientes escolares que promovam a inclusão por meio de uma infraestrutura adequada, da presença de profissionais qualificados e de currículos escolares inclusivos que reestruturem esse novo modelo educacional.
O décimo segundo artigo “Além da sala de aula: fomentando práticas inclusivas em ciências e matemática através da atualização pedagógica” analisa uma formação continuada para professores realizada na cidade de Aceguá, com o objetivo de promover práticas inclusivas nas disciplinas de ciências e matemática. A proposta da formação surge da necessidade de capacitar os educadores para que possam incluir de forma eficaz alunos com deficiência, buscando assegurar uma educação mais equitativa e de qualidade para todos.
Por fim, encerramos com o artigo “Atos de currículo em perspectiva de ciberacessibilidade” que discute o conceito de ciberacessibilidade a partir da abordagem do App-Learning, que é a aprendizagem mediada por aplicativos móveis. O estudo foca na portabilidade e mobilidade dos sujeitos em interação com a cidade e o ciberespaço, removendo barreiras e facilitando a acessibilidade. A pesquisa utilizou a metodologia da ciberpesquisa-formação, considerando a multirreferencialidade e os estudos sobre os cotidianos no contexto da cibercultura.
Convidamos você, leitor, a explorar as contribuições deste dossiê e a se aprofundar nas pesquisas e reflexões apresentadas. As experiências e os achados discutidos aqui são fundamentais para compreender como a ciberacessibilidade e a inclusão educacional podem ser implementadas de maneira eficaz, promovendo um ambiente mais justo e acessível para todas as pessoas. Acreditamos que as discussões levantadas serão valiosas para educadores, pesquisadores e profissionais envolvidos na promoção de práticas pedagógicas inclusivas. Junte-se a nós nessa jornada de transformação e descubra as possibilidades que o digital em rede oferece para uma educação verdadeiramente inclusiva!
Referências
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