reconsidering school in painful times
an ending-beginning conversation
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2025.90574Palavras-chave:
escola, começo, infância, racismo, Jane ElliotResumo
Este artigo consiste em uma conversa epistolar entre dois acadêmicos experientes no campo da filosofia da infância em torno de diferentes dimensões da escola. Partindo de um diagnóstico compartilhado do estado atual do mundo onde a ambição, falsidade, corrupção, cinismo, crueldade e violência na política e no discurso público prevalecem, uma busca comum por um (novo) começo de outro mundo — um novum — é realizada. O conceito de infância desempenha um papel central nesta conversa, inspirado pelo pensamento utópico de vários intelectuais proféticos: Deleuze e Guattari e o “tornar-se criança”; a “alegria” de Spinoza; a “nova sensibilidade” de Marcuse; a “renovação da percepção” romântica ou a “limpeza” das “portas da percepção” de William Blake; a relação de Paulo Freire com o conceito de “começo” e o círculo de “começo-meio-começo” de Nego Bispo. O conteúdo e a forma de uma carta geral de intenções para as pessoas adultas que participam da formação de uma hipotética escola utópica são discutidos, imaginando a relação de tal escola com o espaço e tempo vividos, corpo, animais, plantas, amor, amizade, igualdade, esperança, errar, alegria, questionamento, escuta, criação e sonho. No mesmo contexto, o conhecido experimento antirracista de olhos azuis/olhos castanhos de Jane Elliot nos anos 1960 é apresentado para problematizar o poder da escola como uma comunidade intencional adulto-criança que pode se auto-organizar para funcionar como um potencial terreno de transformação pessoal e social, tanto para alunas/os quanto para professoras/es. A conversa termina, paradoxalmente, com a afirmação do começo como uma força infantil na escolarização.
Downloads
Referências
Althusser, L. (2008). On Ideology. Verso.
Arendt, H. (1958). The Human Condition. University of Chicago Press.
Buhner, S. H. (2014). Plant Intelligence and the Imaginal Realm: Beyond the Doors of Perception into the Dreaming of Earth. Bear & Company.
Blake, William. The Marriage of Heaven and Hell. In Complete Writings, 148-58. Oxford: Oxford University Press. 1966.
Buber, M. (1965). The Knowledge of Man: A Philosophy of the Interhuman (Trans. R.G. Smith). Harpeer.
Couto, M. (2009). E se Obama fosse africano? Companhia das Letras.
Deleuze, G., & Guattari, F. (1987). A Thousand Plateaus: Capitalism and Schizophrenia. University of Minessota Press.
Freire, P. (2005). Pedagogy of the Oppressed (Trans. Myra B. Ramos). Continuum.
Grosz, E. (2005). Bergson, Deleuze and the Becoming of Unbecoming. Parallax, 11(2), 4–13.
Horton, M., & Freire, P. (1990). We make the road by walking. Temple University Press, 1990.
Kohan, W. O. (2015). The inventive schoolmaster. Sense.
Kohan, W. O. (2022). Uma viagem de sonhos impossíveis. Autêntica.
Marcuse, H. (1969). An Essay on Liberation. Beacon Press.
Nietzsche, F. (1999). Thus Spake Zarathrustra (Trans. T. Commons). Dover.
Peirce, C. S. (1966). Selected Writings (Values in a Universe of Chance). Dover.
Santos, A. B. (2022). Início, meio, início. In A. B. Santos et al. (Eds.), Quatro Cantos (Vol 1). N-1 Edições.
Santos, A. B. (2023). Somos da terra. In F. Carnevalli, F. Regaldo, P. Lobato, R. Marquez, & W. Cançado (Eds.), Terra: antologia afro-indígena. Ubu Editora; PISEAGRAMA.
Santos, A. B., Kohan, W. O., & Pereira, G. (2025). “Eu lhe ensinei tudo que eu sabia, mas eu não sabia tudo que eu queria lhe ensinar”. Trans/Form/Ação, 48. https://doi.org/10.1590/0101-3173.2025.v48.n1.e025053
Traherne Thomas. (1960). Centuries. Harper.
Wall, J. (2021). Give Children the Vote: On Democratizing Democracy. Bloomsbury Academic.
Wordsworth, W. (1807). Ode. Intimations of Immortality from Recollections of Early Childhood. In Poems in Two Volumes. Longman, Hurst, Rees, and Orms.