o presente e o futuro do fazer filosofia com crianças: filosofia prática e abordando a situação de crianças e jovens em um mundo complexo
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2023.71920Palavras-chave:
agência, estatuto das crianças, diálogo, futuro, filosofia com as criançasResumo
Este artigo considera o estatuto das crianças na sociedade e como este pode ser elevado com vista a imaginar um futuro possível. O estatuto das crianças é tal que as estruturas e sistemas sob os quais elas vivem diminuem a sua agência. Ao fazê-lo, a sua oportunidade de contribuir para a formação do que parece ser um futuro incerto é limitada. O artigo propõe que olhar para as crianças como salvadoras dos nossos amanhãs é incorreto e que uma visão mais sadia é reconhecer a natureza em rede das crianças, que reconhece a humanidade das crianças e as vê como ligadas ao mundo em que e do qual elas fazem parte. Ao aceitarem a natureza em rede das crianças, os adultos podem vir a pensar e a comportar-se de forma diferente em relação às crianças, começando a ver-se a si próprios e às crianças como "um entre muitos". Esta perspectiva permite a compaixão, uma noção que apoia a nossa vida em conjunto. Este artigo propõe que a Filosofia com Crianças pode oferecer uma abordagem de envolvimento na comunidade e no diálogo que nos permita pensar num futuro que seja epistemicamente inclusivo. Em última análise, o envolvimento com crianças como potenciais conhecedores exige que sejamos mais manifestamente políticos nas formas como nos envolvemos com a Filosofia com Crianças.Downloads
Referências
This article considers children’s status in society and how this may be elevated with a view to imagining a possible future. Children’s status is such that the structures and systems under which they live diminish their agency. In so doing, their opportunity to contribute to the shaping of what appears to be an uncertain future is limited. The article proposes that looking towards children as saviours of our tomorrows is misguided and that a healthier view is to recognise the networked nature of children, which recognises children’s humanity and sees them as connected to the world in which and of which they are a part. By accepting the networked nature of children, adults may come to think and behave differently towards children, beginning to see themselves and children as ‘one among many’. This perspective allows for compassion, a notion that supports our living together. This article proposes that Philosophy with Children may offer an approach to engaging in community and dialogue that allows us to think our way to a future that is epistemically inclusive. Ultimately, engaging with children as potential knowers demands that we are more overtly political in the ways in which we engage with Philosophy with Children.