o insulto da feiura na escola: insurreições contra o Capital

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DOI :

https://doi.org/10.12957/childphilo.2020.46746

Mots-clés :

feiura, insurreição, resistência, fabulação, beleza

Résumé

Perguntando-se o que aconteceria com as lógicas de controle se a feiarada tomasse conta da escola, esse artigo toma a fabulação como um método de pesquisa para produzir fábulas de insurreição contra o Capital. Parte-se do princípio de que no contexto contemporâneo as práticas de embelezamento têm se constituído como um modo de controle sobre o corpo. Assim, a feiura – comumente reconhecido como oposto da beleza – é apresentado como um modo de enfrentamento à beleza reguladora. Metodologicamente, a pesquisa foi realizada em uma escola pública do município de Cariacica/ES. As fabulações foram realizadas em encontros com turmas de 6º e 7º anos com o intuito de produzir histórias de feiura como um modo de criar vida na escola, enfrentando as lógicas controladoras-capitalísticas. No limite, mesmo o mais controlador dos corpos flerta livremente com a feiura sem temê-la. Antes de causar-lhe dor ou desespero, a feiura provoca um gosto inesperado pela vida. Por isso, justamente, a feiura recusa a ideia da paz mundial. A paz é fabricada para anestesiar os afetos, para que não haja conversação entre diferentes formas de vida. No lugar, a feiura atrai outras feiuras, ou, de modo ainda mais peculiar, produz feiura onde antes aparentava haver só belezas. E as feiuras fazem insurreições infinitamente.

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steferson zanoni roseiro, universidade federal do espírito santo

professor da rede municipal de ensino de cariacica/es e doutorando no programa de pós-graduação em educação da universidade federal do espírito santo

janete magalhães carvalho, universidade federal do espírito santo

professora do programa de pós-graduação em educação da universidade federal do espírito santo.

professora do programa de pós-graduação em educação da universidade federal do espírito santo.

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Publiée

2020-03-26

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