Cruz e Sousa e a poesia do século XX: por dentro do verso
DOI:
https://doi.org/10.12957/soletras.2013.6906Palavras-chave:
Cruz e Sousa. Poesia. Modernismo.Resumo
O presente trabalho propõe uma análise que diferencia a poética em seu aspecto exterior – exógeno, e interior – endógeno, o que torna a poesia de Cruz e Sousa mais nítida àobservação no que tange a uma continuidade com os poetas do Modernismo. Isto porque oenfoque exógeno privilegia as matrizes filosófico-ideológicas, as rupturas libertadoras, aquebra da forma parnasiante, o ufanismo nacionalista de raiz, do regionalismo artesanal, da temática citadina, urbana e das experiências do espírito novo. Entretanto, no enfoque endógeno, o verso se abre para revelar a lírica dos símbolos, a tensão sugestiva das metáforas,as sinestesias de elementos díspares, a musicalidade das aliterações e assonâncias, do sencontros consonantais, a projeção imagético-sensível das impressões, a amplitude evocativadas expressões, dos versos e das estrofes entre si e em conjunto. Por este referencial teórico, éjustamente no enfoque endógeno que Cruz e Sousa demonstra o quanto inaugurou uma nova forma de conceber a poesia no Brasil, cujo uso virtuoso do símbolo foi tomado de préstimo,destruído e reconstruído, recomposto, transformado e recriado pelos modernistas. Entretanto,é sempre do símbolo que se está falando, o que, por si só, atesta sua relevância. Algumas poesias dos modernistas – ou neossimbolistas – Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Oswaldde Andrade e Vinícius de Moraes serão confrontadas com outras de Cruz e Sousa. Longe deesgotar o tema, este artigo pretende apontar as possibilidades de um novo e amplo campo depesquisa.
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