A história do anômalo verbo ser, do latim ao português
DOI:
https://doi.org/10.12957/soletras.2025.89521Resumo
Este artigo visa a perscrutar a história do anômalo verbo ser a fim de descrever e explicar as suas abundantes irregularidades flexionais, apontando as mudanças pelas quais ele passou desde o latim até o português e buscando, à medida do possível, as causas de cada fenômeno diacrônico. A pesquisa em si está alicerçada tanto na coleta, na exposição e na interpretação indutiva dos dados linguísticos fornecidos pelo Corpus Informatizado do Português Medieval (CIPM), que informa ocorrências do verbo ser em todos os tempos e aspectos verbais, quanto em obras proeminentes da Linguística Histórica, da Gramática Histórica e da Filologia. Contrariamente à crença de que as anomalias linguísticas sejam criações arbitrárias dos gramáticos ou de qualquer outro indivíduo, as irregularidades do verbo ser surgiram espontaneamente durante a formação do português e foram repassadas pelos falantes de geração em geração. Para ser preciso, ele herdou muitas irregularidades já fixadas no verbo latino esse, que mais tarde se fundiu com outro verbo, sedēre, num processo denominado suplementação, fazendo surgirem radicais muito diversos ao longo da sua conjugação, como em: sou, seja, era, fui, serei, etc.
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