“Ao Sul do berço da humanidade”:
colonialidade, língua e letramento no ensino de língua portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.12957/soletras.2023.79980Resumo
Neste trabalho, apresenta-se parte de uma investigação sobre transições teórico-metodológicas em direção à decolonialidade na formação universitária de docentes de língua portuguesa. O objetivo do artigo é explorar concepções de língua e letramento que perpassam o ensino de língua portuguesa, problematizando-se suas relações com a colonização epistêmica, bem como com epistemicídios e glotocídios. Toma-se como marco teórico o conceito de colonialidade (QUIJANO, 1997, 2005 e 2007), que assinala a permanência do padrão capitalista, moderno e colonial, baseado na classificação racial, em sociedades contemporâneas. A premissa deste artigo é que a transformação do ensino de língua portuguesa implica a compreensão do impacto das energias coloniais de dominação, exploração e conflito em concepções, práticas, discursos e documentos sobre o ensino de língua portuguesa. Nesse sentido, examina-se o apagamento do multilinguismo no Brasil colonial, assim como a concepção hegemônica de letramento, ligada à escolarização e ao domínio da norma padrão escrita. Entende-se ambas as ideias como traços da colonialidade do saber. Considerando-se que a conjugação entre elas contribui para o reforço de dominações posicionadas na interseção de raça, classe e gênero, que são produzidas e reproduzidas na língua/linguagem, indicam-se possíveis caminhos transformativos a partir das noções de cosmopolitismo linguístico, linguajamento e letramentos pluridiversos.
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