Processos educativos de crianças em periferias urbanas: o que muda quando a casa vai ficando muito longe da escola?
DOI:
https://doi.org/10.12957/teias.2022.66098Palavras-chave:
direito à cidade, infâncias em periferias urbanas, deslocamentos no território, migrantes na própria cidade.Resumo
O presente artigo é resultado de pesquisas que vem sendo realizadas no âmbito de um projeto mais amplo, que objetiva investigar componentes territoriais de processos educativos de crianças no leste fluminense. Na presente pesquisa interrogamos se a presença ou ausência de determinados componentes territoriais produzem impactos nos processos educativos de crianças das classes populares. A pesquisa vem complexificando relações que envolvem infâncias e o direito à cidade, pensando-os à luz de debates que vêm se intensificando nas ciências sociais, bem como no campo educacional, sobretudo nos estudos da sociologia da educação e estudos sociais da infância, direcionando-se, de modo mais substantivo, à problemática das infâncias na cidade. Assim, ao investigarmos trajetórias urbanas e circuitos de educabilidade de crianças em periferias urbanas percebemos a existência de uma zona de indeterminação que atravessa o emaranhado da vida social, repercutindo nas práticas e nos circuitos de seus processos de educabilidade. O artigo procura problematizar a ideia-força de crianças das classes populares urbanas serem “migrantes na própria cidade”, como nos convoca a pensar Santos (1996). Do ponto de vista do horizonte político e epistemológico, pensamos ser necessário aprofundar a questão do direito à cidade (LEFEBVRE, 1991), bem como os impactos dos deslocamentos territoriais de crianças e suas famílias na relação com a escola e a produção de processos de escolaridade em periferias urbanas.
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