Danças em terreiros: educação dos corpos para as giras na Quimbanda

Autores

  • Rodrigo Lemos Soares Universidade Federal de Pelotas - Faculdade de Educação - Programa de Pós-Graduação em Educação - Grupo Interdisciplinar de Pesquisa: Narrativas, Arte, Linguagem e Subjetividade (GIPNALS). https://orcid.org/0000-0002-1690-8991
  • Mauro Dillmann Tavares Universidade Federal de Pelotas/ Departamento de História/ Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pelotas https://orcid.org/0000-0002-8315-7788

DOI:

https://doi.org/10.12957/teias.2020.49498

Palavras-chave:

Educação dos Corpos, Dança, Quimbanda

Resumo

As danças, em terreiros, são elementos constituintes de caracteres específicos de expressividade, elas reiteram identidades. O artigo em questão problematiza a educação dos corpos em relação às danças de exus e pombagiras, em terreiros de Quimbanda, na cidade do Rio Grande/RS. Utilizei, para tanto, conceitos como educação dos corpos e danças, para discutir sobre estas manifestações em terreiros de Quimbanda. As danças em terreiros, especificamente, as de exus e pombagiras, estão vinculados com noções acerca do que significa ser um sujeito religioso, que pertence a um local específico, uma expressividade religiosa. Dançar, a partir das mitologias dos exus ou das pombagiras, é aqui entendido como acontecimentos socioculturais, que tem por base noções de pertencimento. O aporte teórico deste texto está centrado nos Estudos Culturais, na sua vertente pós-estruturalista e as narrativas foram produzidas a partir de entrevistas estruturadas, sendo os dados observados sob uma análise cultural. Considero, então, que as danças, compõem o aparato ritualístico dos terreiros, além disso, elas não possuem caráter único e sinalizam produções de identidades. Assim, especifico que dançar, nestes locais, é uma manifestação simbiótica entre entidades e sujeitos, a qual resulta em uma forma de expressão da religiosidade.

Biografia do Autor

Rodrigo Lemos Soares, Universidade Federal de Pelotas - Faculdade de Educação - Programa de Pós-Graduação em Educação - Grupo Interdisciplinar de Pesquisa: Narrativas, Arte, Linguagem e Subjetividade (GIPNALS).

Professor de Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG); Mestre em Educação em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação Educação em Ciências: química da vida e saúde em ampla parceria entre FURG - UFRGS - UFSM, na linha de pesquisa: Educação científica: implicações das práticas científicas na constituição dos sujeitos; Especialista em Educação Física Escolar pela Pós-Graduação em Educação Física escolar do Instituto de Educação - FURG; Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História (FURG), na linha de pesquisa Campos e linguagens da História; Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pelotas, na linha de pesquisa Cultura Escrita, Linguagem e Aprendizagem; Aluno/ pesquisador do Observatório de Políticas Públicas da Cultura Corporal (OCUCO - FURG) e também, do grupo de pesquisas Sexualidade e Escola (GESE - FURG). Tem experiência na área de Educação Física escolar e não escolar; Danças clássicas, modernas e folclóricas; Ginástica Artística e Rítmica, Recreação e Lazer, na Educação Popular em cursos Pré-ENEM no componente curricular de Sociologia (voluntário) e em Tutoria presencial e a distância. Professor substituto lotado no Instituto de Educação da Universidade Federal do Rio Grande ministrando aulas nos cursos de Educação Física - Licenciatura e Pedagogia, bem como, práticas desportivas a todos os cursos desta instituição.

Mauro Dillmann Tavares, Universidade Federal de Pelotas/ Departamento de História/ Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pelotas

Professor Adjunto no Departamento de História e no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Entre 2014 e 2017 atuou como docente do Programa de Pós-Graduação em História (Mestrado Profissional) e no Curso de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Doutor em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, UNISINOS/RS (2013), com período Sanduíche na Universidade de Coimbra (UC), Mestre em História, UNISINOS/RS (2007), Graduado em História, UFPEL (2003). Foi coordenador do Grupo de Trabalho História das Religiões e Religiosidades (Anpuh-RS) entre 2014 e 2018, membro do GT História Cultural (Anpuh-RS), membro dos seguintes Grupos de Pesquisa (CNPq): Imagens da Morte: a morte e o morrer no mundo Ibero-Americano (Linha de pesquisa Práticas e representações sobre a morte, o morrer e o além túmulo) e Paisagens Híbridas (Linha de Pesquisa Cemitérios: lugares de dor, luto e memórias paisagísticas). A produção bibliográfica está diretamente relacionada com projetos de pesquisa, de ensino ou de extensão. O principal direcionamento das produções tem sido o campo das religiões e religiosidades. Atuais projetos de pesquisa se voltam para literatura religiosa do período moderno europeu e luso-americano e seus discursos religiosos sobre devoção, virtudes, pecados e morte e para os cemitérios do campo como evidências de religiosidade e patrimônio. Em função das atividades de ensino e de extensão, também tem interesse em temas como Patrimônio, Educação, Cemitérios, Cultura do campo e Ensino de História.

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Publicado

13-09-2020

Como Citar

SOARES, Rodrigo Lemos; TAVARES, Mauro Dillmann. Danças em terreiros: educação dos corpos para as giras na Quimbanda. Revista Teias, Rio de Janeiro, v. 21, n. 62, p. 144–156, 2020. DOI: 10.12957/teias.2020.49498. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/revistateias/article/view/49498. Acesso em: 14 dez. 2024.

Edição

Seção

Raça e Cultura