Doação de órgão: acolhimento profissional no diagnóstico de morte encefálica sob a ótica dos familiares

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/reuerj.2025.85432

Palavras-chave:

Morte Encefálica, Obtenção de Tecidos e Órgãos, Profissionais de Saúde, Família, Acolhimento

Resumo

Objetivo: compreender a percepção dos familiares sobre o acolhimento por profissionais de saúde na abordagem de doação de órgãos após o diagnóstico de morte encefálica. Método: estudo descritivo e qualitativo realizado com familiares que vivenciaram o processo de determinação de morte encefálica em ambiente hospitalar. Coleta de dados realizada entre setembro e dezembro de 2023, por entrevistas presenciais em profundidade, guiadas por questionário semiestruturado. Dados analisados com o software ATLAS.ti®. Obtida aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados:  participaram do estudo dez familiares, revelando três temas: Determinando a morte: barreiras na comunicação e acesso às informações; Comunicando a morte: profissionais envolvidos durante o protocolo de ME e o momento da comunicação de más notícias; Desfecho final: eternizando a vida. Considerações finais: a comunicação foi considerada essencial para garantir qualidade e humanização no acolhimento familiar, embora não influencie diretamente na doação de órgãos. Há necessidade de capacitação para promover um acolhimento adequado.

Biografia do Autor

Nathalie Campana de Souza, Universidade Estadual de Maringá

Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem pela Universidade Estadual de Maringá. Maringá, PR, Brasil.

Endric Passos Matos, Universidade Estadual de Maringá

Enfermeiro. Doutorando em Enfermagem da Universidade Estadual de Maringá. Maringá, PR, Brasil.

Felipe Fabbri, Universidade Estadual de Maringá

Enfermeiro. Mestrando em Enfermagem da Universidade Estadual de Maringá. Maringá, PR, Brasil.

Lorena Franco Buzzerio, Universidade Estadual de Maringá

Enfermeira. Mestre em Enfermagem da Universidade Estadual de Maringá. Maringá, PR, Brasil.

Maria do Carmo Fernandez Lourenço Haddad, Universidade Estadual de Londrina

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta da Universidade Estadual de Londrina. Londrina, PR, Brasil.

Rafaely de Cássia Nogueira Sanches, Universidade Estadual de Maringá

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta da Universidade Estadual de Maringá. Maringá, PR, Brasil.

Mayckel Barreto da Silva, Universidade Estadual de Maringá

Enfermeiro. Doutor em Enfermagem. Professor Adjunto da Universidade Estadual de Maringá. Maringá, PR, Brasil.

Referências

1. Rodrigues SLL, Boin IFSF, Zambelli HJL, Sardinha LAC, Ataíde EC, Fernandes MEN. Factors related to the non-authorization of organ and tissue donation by the families who refused organ donation. bjt. 2021 [cited 2023 Sep 05]; 24(4):10-8. DOI: https://doi.org/10.53855/bjt.v24i4.429.

2. Governo do Paraná. Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. Sistema Estadual de Transplantes. Manual para Notificação, Diagnóstico de Morte Encefálica e Manutenção do Potencial Doador de Órgãos e Tecidos. 4ª ed. Curitiba (PR): SESA/DGS/CET; 2023 [cited 2023 Sep 07]. Available from: https://www.aen.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/documento/2023-05/manual_de_morte_encefalica_cet-pr-2023.pdf.

3. Pereira FQ, Lara MA. The declaration time of death and the legal impact of its identification with brain death. RBDCivil (Belo Horizonte). 2021 [cited 2023 Sep 05]; 30:93-115. DOI: DOI: https://doi.org/10.33242/rbdc.2021.04.005.

4. Bertasi RAO, Bertasi TGO, Reigada CPH, Ricetto E, Bonfim KO, Santos LA, et al. Profile of potential organ donors and factors related to donation and non-donation of organs in an Organ Procurement Service. Rev Col Bras Cir. 2019 [cited 2023 Sep 10]; 46(3):e20192180. DOI: https://doi.org/10.1590/0100-6991e-201922180.

5. Siqueira NL, Fernandes CA. Comunicação da suspeita e abertura do protocolo de morte encefálica: percepções e preferências da família. REAS. 2023 [cited 2023 Sep 10]; 23(4):e12696.2023. DOI: https://doi.org/10.25248/REAS.e12696.2023.

6. Meneses NP, Castelli I, Costa Junior AL. Comunicação de morte encefálica a familiares: levantamento com profissionais de saúde. Rev SBPH. 2018 [cited 2023 Sep 08]; 21(1):192-217. Available from: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582018000100011.

7. Pontón YD, Narváez VPD, Andrade BM, Terán JJL, Reyes-Reyes A, Calzadilla-Núñez. Working nurses’ empathy with patients in public hospitals. Rev Latino-Am Enfermagem. 2023 [cited 2023 Sep 10]; 31:e3968. DOI: https://doi.org/10.1590/1518-8345.6591.3968.

8. Araújo CM, Souzza MB, Silva VM, Silva WTGS, Ferreira BES. Atuação do enfermeiro intensivista no contexto da morte encefálica. REAS. 2022 [cited 2023 Sep 10]; 15(6):e9956.2022. DOI: https://doi.org/10.25248/REAS.e9956.2022.

9. Nuevo ALG, Rocha TC. O que pode a psicologia hospitalar diante da morte encefálica na UTI: um relato de experiência. Rev Científica Esc Est Saúde Pública Goiás. 2021 [cited 2023 Sep 10]; 7:e7000037. DOI: https://doi.org/10.22491/2447-3405.2021.V7.7000037.

10. Mezzavila VAM, Cardoso LCB, Rodrigues TFCS, Rêgo AS, Salci MA, Knihs NS, et al. A família significando a doação de órgãos: uma análise à luz do interacionismo simbólico. REME - Rev Min Enferm. 2024 [citado 2025 Jun]; 28:e-1537. DOI: https://doi.org/10.35699/2316-9389.2024.38932.

11. Ministério da Saúde (Br). Secretaria-Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2004 [cited 2023 Sep 10]. Available from: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizasus_2004.pdf.

12. Trindade TS, Tavares SS, Almeida CG, Souza LA, Contini ICP. O papel do enfermeiro no processo de doação de órgãos e tecidos: revisão integrativa da literatura. Medicus. 2022 [cited 2023 Sep 07]; 4(2):7-14. DOI: https://doi.org/10.6008/CBPC2674-6484.2022.002.0002.

13. Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABT0). Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) nº 3. São Paulo (SP): ABTO; 2023 [cited 2024 Mar 8]. Available from: https://site.abto.org.br/wp-content/uploads/2023/12/rbt2023-3trim-naoassociados.pdf.

14. Souza VRS, Marziale MHP, Silva, GTR, Nascimento PL. Translation and validation into Brazilian Portuguese and assessment of the COREQ checklist. Acta Paul Enferm. 2021 [cited 2023 Sep 07]; 24:eAPE02631. DOI: https://doi.org/10.37689/acta-ape/2021AO02631.

15. Ministério da Saúde (Br). Regiões de saúde. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2023. [cited 2023 Sep 10]. Available from: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/programa-cuida-mais-brasil/regioes-de-saude.

16. Paraná. Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná (COSEMS). 15ª Região de Saúde de Maringá. Curitiba (PR): COSEMS- PR; 2022 [cited 2023 Sep 09]. Available from: https://cosemspr.org.br/15a-regiao-de-saude-de-maringa-pr-gestores-locais-escolhem-nova-diretoria-do-cresems-2/.

17. Paraná. Central Estadual de Transplantes do Paraná (CET/PR). Sistema Estadual de Transplantes do Paraná. O Sistema de Transplante no Paraná. Paraná: Sistema Estadual de Transplantes do Paraná; 2021 [cited 2023 Sep 06]. Available from: https://www.paranatransplantes.pr.gov.br/Pagina/Central-Estadual-de-Transplante-do-Parana-CETPR.

18. Nascimento LCN, Souza TV, Oliveira ICS, Moraes JRMM, Aguiar RCB, Silva LF. Theoretical saturation in qualitative research: an experience report in interview with schoolchildren. Rev Bras Enferm. 2018 [cited 2023 Sep 07]; 71(1):228-33. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0616.

19. Braun V, Clarke V. Toward good practice in thematic analysis: Avoiding common problems and be(com)ing a knowing researcher. Int J Transgend Health. 2023 [cited 2023 Sep 07]; 24(1):1-6. DOI: https://doi.org/10.1080/26895269.2022.2129597.

20. Souza LK. Pesquisa com análise qualitativa de dados: conhecendo a análise temática. Arq Bras Psicol. 2019 [cited 2023 Sep 07]; 71(2):51-67. Available from: https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672019000200005.

21. Meyer P, Vosgerau DSR. Contribuições do ATLAS.ti para a qualidade de uma pesquisa qualitativa com o método da grounded theory. Rev Diálogo Educ. 2023 [cited 2023 Sep 09]; 23(77):929-44. DOI: https://doi.org/10.7213/1981-416x.23.077.ao08.

22. Sarti AJ, Sutherland S, Meade M, Hornby L, Wilson LC, Landriault A, et al. Death determination by neurologic criteria—what dofamilies understand? Can J Anaesth. 2023 [cited 2023 Sep 09]; 70(4):637-50. DOI: https://doi.org/10.1007/s12630-023-02416-3.

23. Dicks SG, Northam HL, Haren FMP, Boer DP. The bereavement experiences of families of potential organ donors: a qualitative longitudinal case study illuminating opportunities for family care. Int J Qual Stud Health Well-being. 2023 [cited 2023 Sep 08]; 18(1):2149100. DOI: https://doi.org/10.1080/17482631.2022.2149100.

24. Abbasi P, Lebni JY, Nouri P, Ziapour A, Jalali A. The obstacles to organ donation following brain death in Iran: a qualitative study. BMC Med Ethics. 2020 [cited 2023 Sep 07]; 21(1):83. DOI: https://doi.org/10.1186/s12910-020-00529-8.

25. Saxena D, Trivedi P, Bhavsar P, Memon F, Thaker A, Chaudhary C, et al. Challenges and motivators to organ donation: a qualitative exploratory study in Gujarat, India. Int J Gen Med. 2023 [cited 2023 Sep 08]; 16:151-9. DOI: https://doi.org/10.2147/ijgm.s393240.

Publicado

30.06.2025

Como Citar

1.
Souza NC de, Matos EP, Fabbri F, Buzzerio LF, Haddad M do CFL, Sanches R de CN, et al. Doação de órgão: acolhimento profissional no diagnóstico de morte encefálica sob a ótica dos familiares. Rev. enferm. UERJ [Internet]. 30º de junho de 2025 [citado 18º de outubro de 2025];33(1):e85432. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/enfermagemuerj/article/view/85432

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)