Organização do trabalho ambulatorial na percepção da enfermagem com comportamento presenteísta

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/reuerj.2025.87088

Palavras-chave:

Saúde do Trabalhador, Enfermagem, Risco Ocupacional, Presenteísm, Organização e Administração Hospitalar

Resumo

Objetivo: analisar a percepção do profissional de enfermagem com comportamento presenteísta quanto à organização do trabalho ambulatorial de hospitais universitários no Rio de Janeiro, Brasil. Método: estudo transversal com trabalhadores de enfermagem de ambulatórios universitários na cidade do Rio de Janeiro, com comportamento presenteísta determinado pela Escala de Presenteísmo de Stanford, que responderam à Escala de Organização do Trabalho. Resultados: entre 198 participantes, espaço físico inadequado, escassez de recursos de trabalho e falta de profissionais se destacaram com maior risco psicossocial para o fator “Divisão das Tarefas”; e participação nas decisões sobre o trabalho, avaliação do trabalho em relação à produção e autonomia na realização das tarefas para “Divisão Social do Trabalho”. Conclusão: a organização do trabalho foi percebida como risco médio para os fatores Divisão das Tarefas e Divisão Social do Trabalho, sugerindo possíveis implicações diretas na saúde dos profissionais de enfermagem e podendo aumentar o risco de comportamento presenteísta entre eles.

Biografia do Autor

Gisele Massante Peixoto Tracera, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Enfermeira do Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Policlínica Piquet Carneiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Katerine Moraes dos Santos, Universidade Federal Fluminense

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta do Departamento de Fundamentos de Enfermagem e Administração da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense. Niterói, RJ, Brasil.

Sérgio Abreu de Jesus, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Enfermeiro. Mestre em Enfermagem. Doutorando da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Enfermeiro do Instituto Nacional do Câncer. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Flaviana Pereira Bastos, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora substituta do Departamento de Saúde Pública da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro.  Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Raphael Sampaio Santos, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Enfermeiro. Mestre em Ensino da Saúde. Doutorando da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Enfermeiro do Hospital Gaffrée e Guinle da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Regina Célia Gollner Zeitoune, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Titular da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Publicado

23.06.2025

Como Citar

1.
Tracera GMP, Santos KM dos, Jesus SA de, Bastos FP, Santos RS, Zeitoune RCG. Organização do trabalho ambulatorial na percepção da enfermagem com comportamento presenteísta. Rev. enferm. UERJ [Internet]. 23º de junho de 2025 [citado 25º de junho de 2025];33(1):e87088. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/enfermagemuerj/article/view/87088

Edição

Seção

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