breaking out of the cave by encountering the other
a call for decolonial education
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2025.87344Palavras-chave:
alegoria da caverna, filosofia da libertação, educação decolonialResumo
A alegoria da caverna de Platão é uma imagem fundamental que pode ser interpretada de formas criativas. Sua suposição de que os escravos na caverna podem se libertar da opressão, do controle e do engano da caverna saindo à realidade do mundo exterior abre a questão de como alcançar essa autolibertação no cenário educativo. A alegoria pretende assinalar que os seres humanos vivem mentalmente imaturos até que alcancem a perfeição, na contemplação das ideias eternas e verdadeiras. No entanto, enfatizar esse tipo de perfeição pode deixar de lado um componente essencial da libertação humana: a coexistência cara a cara com outros seres humanos. Inspirados na filosofia da libertação, abordamos neste trabalho a alegoria da caverna como estímulo textual, reconhecendo que a educação colonial, como a caverna da alegoria, tem sido um espaço de ideologização: impede qualquer encontro com o Outro e com sua verdadeira situação no mundo. O ato de libertar a si mesmo e a sua comunidade da educação colonial consistirá, então, em encontrar o rejeitado, o oprimido; em resumo, o desumanizado. O convite, logo, é para pensar a educação colonial, que ainda é praticada como uma caverna que impede o encontro, a coexistência e a caridade com os últimos, os rejeitados, os excluídos da nossa sociedade. Por fim, reinterpretar a alegoria da caverna de Platão à luz da filosofia da libertação nos permitirá imaginar uma “educação decolonial” em que a prioridade seja não apenas uma libertação intelectual, mas também um encontro com os marginalizados do mundo. Inspirada nas ideias de Paulo Freire, essa reflexão prevê um processo de empoderamento em quatro etapas: engajar os oprimidos em uma reflexão crítica sobre suas realidades; fomentar o diálogo entre os oprimidos e seus aliados, para construir uma compreensão compartilhada da opressão; encorajar uma práxis que integre a reflexão e a ação, para questionar as limitações sistêmicas da educação e criar iniciativas educativas que permitam aos oprimidos apropriarem-se de suas educações e de seus caminhos até a libertação.
Downloads
Referências
Alexander, M. J. (2005). Pedagogies of Crossing: Meditations on Feminism, Sexual Politics, Memory, and the Sacred. Duke University Press.
Atiles, J. (2024). Crisis by Design: Emergency Powers and Colonial Legality in Puerto Rico. Stanford University Press.
Barreto, A. A. (2000). Speaking English in Puerto Rico: The Impact of Affluence, Education and Return Migration. Centro Journal, 12(1), 5–17.
Chisale, S. S. (2019). An integrated African pastoral care approach to unaccompanied refugee minors based on Verryn’s Child interventions. HTS Teologiese Studies/Theological Studies, 75(1), e1–e10. https://doi.org/10.4102/hts.v75i1.5478
Coates, T. N. (2015). Between the world and Me. Spiegel & Grau.
Cushman, E. (2013). Wampum, Sequoyan, and Story: Decolonizing the Digital Archive. College English, 76(2), 115–135. https://doi.org/10.58680/ce201324269
De Costa, P. I., Singh, J. G., Milu, E., Wang, X., Fraiberg, S., & Canagarajah, S. (2017). Pedagogizing Translingual Practice: Prospects and Possibilities. Research in the Teaching of English, 51(4), 464–472.
Díaz Ramos, T. (2022, July 28). Public schools have no materials for antiracist education. Centro de Periodismo Investigativo. Retrieved February 8, 2023, from https://periodismoinvestigativo.com/2022/07/public-schools-have-no-materials-for-antiracist-education/
Dussel, E. (1978). Desintegración de la cristiandad colonial y liberación. Perspectiva latinoamericana. Ediciones Sígueme, Salamanca.
Dussel, E. (2008). Twenty Theses on Politics (G. Ciccariello-Maher, Trans.). Duke University Press.
Dussel, E. (2011). Filosofía de la Liberación. Fondo de Cultura Económica.
Dussel, E. (2020). Lecciones de Filosofía de la Liberación. Editorial Las cuarenta.
Ellacuría, I. (1985). Función liberadora de la filosofía. Estudios Centroamericanos (ECA), 40(435-436), 45–64.
Freire, P. (2004). Pedagogía de la autonomía. Paz e Terra SA.
Freire, P. (2005). Pedagogy of the oppressed. Continuum.
Gadamer, H. G. (1975). Truth and Method. (G. Barden & J. Cumming, Trans.). Seabury Press.
Goody, J. (1988). The domestication of the savage mind. Cambridge University Press.
Havelock, E. A. (1986). The muse learns to write: Reflections on orality and literacy from antiquity to the present. Yale University Press.
Isal, E. b. (2004). L’école trahie / [Martin Ekwa bis Isal]. Editions Cadicec.
Kohan, W. O. (2021). Paulo Freire: A Philosophical Biography. Bloomsbury Academic.
Kohan, W. O. (2023). Formación en Alfabetización Filosófica. NEFI.
Ladson-Billings, G. (1995). But That’s Just Good Teaching! The Case for Culturally Relevant Pedagogy. Theory Into Practice, 34(3), 159–165. https://doi.org/10.1080/00405849509543675
Levinas, E. (2015). Totality and Infinity. Hebrew University Magnes Press.
Mignolo, W. D., & Walsh, C. E. (2018). On Decoloniality: Concepts, Analytics, Praxis. Duke University Press.
Moyes, H. (2012). Introduction. In H. Moyes (Ed.), Sacred Darkness: A Global Perspective on the Ritual use of Caves. University Press of Colorado.
Mveng, E. (1980). L’art et L’artisanat Africains. Editions CLE.
Negrón de Montilla, A. (1976). La americanización de Puerto Rico y el sistema de instrucción pública, 1900-1930. Editorial Universitaria, Universidad de Puerto Rico.
Ogude, J. (2019). Ubuntu and the Reconstitution of Community. Indiana University Press.
Padilla Rosas, E. J. (2023). U.S. Americanization in Puerto Rico’s Public Schools: Proposing Children’s Self-Organization for Decoloniality Through Photovoice and Philosophy for/with Children. Analytic Teaching and Philosophical Praxis, 43(2).
Paul VI. (1965, October 28). Gravissimum educationis. https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decl_19651028_gravissimum-educationis_en.html
Plato (1993). Plato Republic. (R. Waterfield, Trans.). Oxford University Press.
Poe, M. (2022). Learning to Unlearn the Teaching and Assessment of Academic Writing. Discourse & Writing / Rédactologie, 32, 161–190.
Quijano, A. (2000). Coloniality of power and Eurocentrism in Latin America. International Sociology, 15(2). https://doi.org/10.1177/0268580900015002005
Ricoeur, P. (1990). Time and Narrative. University of Chicago Press.
Rivera Santana, C., & Akhurst, G. (2021). Critical Creative Pedagogies: A Decolonial and Indigenous Approach Using Visual Arts and Creative Writing. Australian Journal of Indigenous Education, 50(1), 47–54. https://doi.org/10.1017/jie.2019.20
Rodet, M., & Razy, E. (2016). Introduction: Child Migration in Africa: Key Issues & New Perspectives. In M. Rodet & E. Razy (Eds.), Children on the Move in Africa (pp. 1–29). Boydell & Brewer. http://www.jstor.org/stable/10.7722/j.ctt18gzf61.7
Ruíz, E. (2024). Structural Violence Is Self-Repairing. In Structural Violence (pp. 32–114). Oxford University Press New York. https://doi.org/10.1093/oso/9780197634028.003.0002
Santos, B. S. (2018). The end of the cognitive empire: The coming of age of epistemologies of the South. Duke University Press.
Silva, G. J. (2019). Racism as Self-Love. Radical Philosophy Review, 22(1), 85–112. https://doi.org/10.5840/radphilrev201913193
Simmons, D. (2019). How to Be an Antiracist Educator. Ascd, 61(10). https://ascd.org/el/articles/how-to-be-an-antiracist-educator
Slinkard, J., & Gevers, J. (2020). Confronting Internalized Language Ideologies in the Writing Classroom: Three Pedagogical Examples. Forum - Conference on College Composition and Communication, 44.
Smith, L. T. (2012). Decolonizing methodologies: Research and indigenous peoples (2nd ed.). Zed Books.
Walsh, C. (2013). Lo pedagógico y lo decolonial: Entretejiendo caminos. In C. Walsh (Ed.), Pedagogías decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir (re)existir y (re)vivir. Tomo I (pp. 23–68). Ediciones Abya-Yala.
