a formação continuada e a experiência ética do corpo na produção do currículo da educação infantil
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2020.48213Palavras-chave:
educação infantil, currículo, formação continuada, experiência, cuidado de siResumo
O trabalho aborda o problema da formação continuada das professoras na educação infantil na contemporaneidade, perguntando como elaborar percursos formativos que não se pautem exclusivamente nos modelos/padrões de profissionalização predeterminados pela produção acadêmica, e posteriormente adotados pelas políticas de governo. Se organiza a partir do movimento investigativo traçado com as professoras que participam do projeto de extensão e pesquisa UERJ-EDU-DEDI, coordenado pelo autor. Analisa criticamente as principais causas que justificam o fracasso dos projetos de formação instituídos com base nos citados modelos de profissionalização e aponta possibilidades conceituais para se pensar processos formativos mais imanentes, isto é, produzidos a partir das experiências que se desenrolam no próprio movimento curricular, experiências nas quais as professoras tentam construir relações educadoras mais éticas com a infância. Conclui que o movimento formador precisa se configurar como espaço-tempo para a expressão e avaliação coletiva das potencialidades ético-educativas engendradas nessas experiências. O trabalho se alinha conceitualmente à filosofia da diferença de Gilles Deleuze, sobretudo à leitura que realiza da “Ética” de Baruch Spinoza. Orienta-se metodologicamente pelo acompanhamento das cartografias dos modos de subjetivação traçados pelas professoras no processo de produção dos currículos para educação infantil, segundo o norteamento teórico fornecido por Suely Rolnik e Felix Guattari.
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