Figueiredo Pimentel e o romance <i>O aborto</i> (1893): uma história pouco conhecida do naturalismo no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.12957/soletras.2015.18482Resumo
Nas décadas de 1890 a 1910, Figueiredo Pimentel (1869–1914) era conhecido como um dos escritores e jornalistas mais produtivos do Rio de Janeiro. Assim como outros homens de letras de sua geração, como Coelho Neto (1864–1934) e Olavo Bilac (1865–1918), Figueiredo Pimentel foi um polígrafo que produziu uma extensa quantidade de obras, em variados gêneros textuais: conto, poesia, crônica, teatro, folhetim, romance e literatura infantil, desempenhando várias facetas literárias em sua trajetória. Dessas facetas, duas foram parcialmente estudadas pela historiografia: a de cronista da coluna ‘O Binóculo’ da Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, que debatia os costumes cariocas na Belle Époque, e a de autor bem sucedido do gênero de literatura infanto-juvenil. Na sua trajetória há uma faceta que permanece pouco conhecida: o Figueiredo Pimentel autor de romances naturalistas, com que estreou na vida literária em 1893, com grande escândalo, ao lançar o romance O aborto, publicado pela Livraria do Povo. Interessado na faceta naturalista do escritor, este artigo tem como objetivo apresentar um breve estudo sobre a trajetória de Figueiredo Pimentel como romancista naturalista, a partir da história da escrita, publicação e recepção do primeiro romance naturalista do autor, um best-seller que foi considerado pela crítica da época como uma obra pornográfica.
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