Alice e O mestre ignorante: relações entre a obra literária e a experiência educacional
DOI:
https://doi.org/10.12957/soletras.2016.25896Palavras-chave:
Literatura infantojuvenil. Tradução e adaptação. Emancipação intelectual. Lewis Carroll. Jacques Rancière.Resumo
Este artigo propõe uma análise da obra Aventuras de Alice no país das maravilhas de Lewis Carroll, com base na leitura de O mestre ignorante de Jacques Rancière (2013) (Le maître ignorant, 1987). Considerando que Alice tornou-se um cânone da literatura infantojuvenil, busca-se apontar aspectos na escrita de Carroll que distanciam a obra de uma literatura infantojuvenil de cunho educativo e/ou moralizante. Sem uma narrativa linear, Carroll traz para sua escrita a dimensão infantil, priorizando uma experimentação da própria linguagem. Essa experimentação e a escrita literária elaboradas sem um caráter teleológico, sem o intuito aparente de um ensinamento, são aspectos que possibilitam uma analogia com o texto de Rancière, no qual o autor, rompendo com a tradicional hierarquia na relação mestre-aluno, apresenta uma proposta radical de emancipação intelectual. Neste percurso de articulação da escrita literária de Carroll com as “lições de emancipação intelectual” de Rancière, são discutidos caminhos tomados em duas reescritas brasileiras de Alice, a de Jorge Furtado & Liziane Kugland (2008) e a de Maria Luiza Borges (2013).
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