Antropofagia como cosmotécnica, uma abordagem arqueológica
DOI:
https://doi.org/10.12957/soletras.2022.66848Keywords:
arqueologia, manifesto antropófago, tropicalismo, ontologias indígenasAbstract
A proposta do artigo é construir uma breve análise arqueológica da noção da antropofagia modernista brasileira, baseada na metodologia de Michel Foucault (2008). Parte-se da publicação do manifesto de Oswald de Andrade, em 1928, considerando sua ressignificação no tropicalismo no final dos anos 1960 até chegar ao contemporâneo. O percurso arqueológico do pensamento antropofágico no campo cultural brasileiro demonstra diferentes apropriações, por vezes servindo aos interesses do capital, na forma de uma subjetividade flexível acrítica, tal como apontada por Suely Rolnik (2021). A crise contemporânea do antropoceno, agravada pela pandemia da Covid-19, criou, entretanto, novas condições de escuta e visibilidade para o discurso indígena, fazendo ressignificar a figura do bárbaro tecnizado aludida por Andrade (2011) em seu manifesto. O espaço para as ontologias de matriz indígena ressoa uma brasilidade popular mestiça dos núcleos quilombolas, de formas de existência não domesticadas, que se colocam como resistência política, ainda que isso se dê sobre o recrudescimento da violência contra essas populações. Procuramos pensar a presença interdiscursiva da antropofagia nessas práticas e discursos de resistência, inclusive a partir dos erros passados.Downloads
Published
Issue
Section
License
The approval of the article implies the immediate and free transfer of the publication rights in this journal. The author (s) authorize the Postgraduate Program in Literature and Linguistics (PPLIN) to reproduce it and publish it in Revista SOLETRAS, understanding the terms "reproduction" and "publication" in accordance with Definition of article 5 of Law 9610/98. The author (s) will continue to own the copyright for subsequent publications. The article can be accessed by the world wide web (http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/soletras), being allowed, free of charge, the consultation and the reproduction of copy of the article for own use. Cases of plagiarism or any illegalities in the submitted texts are the sole responsibility of their authors.
