A noção de dêixis e sua constituição no contexto gramatical brasileiro

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DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2025.90072

Resumo

A tradição gramatical brasileira tem se constituído e consolidada em consonância com seu meu de produção, envolve as tradição da época, revelando, assim, tendências do entorno sócio-histórico-cultural de seus produtores. Nessa perspectiva, ao olharmos para um dado fenômeno gramatical, buscamos compreender como esse fenômeno é/foi se constituindo, respaldado pelos princípios e contextos da produção desse saber gramatical. Este estudo busca, nessa direção, refletir acerca da percepção da concepção de dêixis no âmbito de três gramáticas brasileiras, de momentos distintos, observando como esse fenômeno gramatical/linguístico foi se constituindo pela lupa desses vieses gramaticais. O foco de estudo pautou-se nas seguintes gramáticas: a) Gramática fundamental da língua portuguesa (MELO, 1968 [1970]); b) Nova gramática do português contemporâneo (CUNHA; CINTRA, 1985 [2008]); c) A gramática do português revelada em textos (NEVES, 2018). As análises acerca de noções da dêixis, tomando por objeto as gramáticas selecionadas, permitiram-nos entender que o conceito desse processo referencial foi escrito em capítulos importantes na história da gramática de língua portuguesa, realizando provocações e abrindo caminhos para reflexões acerca desse fenômeno, destacando e considerando os contextos de suas produções. Cabe-nos, por fim, dizer que a produção gramatical pode e deve refletir sobre importantes encaminhamentos ligados a questões para além daquelas ditadas pela tradição, contemplando fenômenos como o da dêixis, de modo a favorecer aqueles que buscam orientações/reflexões gramaticais. Entendemos haver um progresso quanto aos apontamentos ligados à questão dêitica, a partir da evolução temporal das gramáticas aqui analisadas.

Biografia do Autor

Everaldo Lima de Araújo, Universidade Federal de Rondonópolis (UFR)

Possui graduação em Letras (Português/Inglês) pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas (FAFIPA) (1996), mestrado em Linguística pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) (2006) e doutorado em Letras (Língua Portuguesa) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) (2021). Tem experiência em áreas da Linguística, da Língua Portuguesa e da Literatura Infanto-Juvenil, atuando principalmente nos seguintes eixos: Linguística Textual, Estudos Discursivos e Ensino de Língua Portuguesa. É professor Adjunto IV, com regime de dedicação exclusiva (DE) do curso de Letras, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR). É Gerente de Desenvolvimento de Carreira, da Diretoria de Desenvolvimento de Pessoas (CDP), Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP). É também membro titular do Conselho Editorial da Editora da Universidade Federal de Rondonópolis (EdUFR).

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Publicado

2025-04-30

Edição

Seção

Dossiê 51: Perspectivas históricas nos estudos linguístico-gramaticais