(Des)colonização e discurso gramatical no/do Brasil no século XIX
DOI:
https://doi.org/10.12957/soletras.2025.90036Resumo
Calcado no aporte teórico-analítico da perspectiva discursivo-materialista da História das Ideias Linguísticas, este artigo dá continuidade a uma pesquisa que tem por objetivo norteador contribuir para a reflexão acerca dos modos de historicização dos sujeitos e das línguas no/do Brasil em instrumentos linguísticos a partir de um movimento de revisitação do processo de gramatização iniciado na Península Ibérica no século XVI. Para tanto, toma como objeto de análise três gramáticas publicadas no século XIX antes e depois da colocação em curso do período que Orlandi (2009) caracteriza como de descolonização linguística. São elas: a Grammatica Philosophica da Lingua Portugueza (1822), de Jerônimo Soares Barbosa, o Compendio da Grammatica Portugueza (1829), posteriormente renomeado como Compendio da Grammatica Philosophica da Lingua Portugueza (1859), de Antônio da Costa Duarte, e a Grammatica Portugueza (1881), de Julio Ribeiro. Nesse sentido, são dois os seus objetivos específicos, a saber: (1) a partir de uma análise comparativa entre essas gramáticas, identificar continuidades e descontinuidades constitutivas do discurso gramatical do século XIX; e (2) com base na proposta de Medeiros, Esteves e Bonfante (2023), tecer algumas considerações sobre possíveis contribuições da abordagem decolonial, notadamente no que concerne à compreensão do processo de descolonização. A análise possibilitou observar no discurso gramatical brasileiro do século XIX o funcionamento da contradição constitutiva desse processo, no tocante às filiações teóricas e, em especial, ao modo como os brasileiros e sua(s) língua(s) são ditos em gramáticas produzidas de brasileiros para brasileiros.
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