Pistas sobre a pronúncia do latim nos capítulos gramaticais da Institutio Oratoria, de Quintiliano

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DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2025.90029

Resumo

O presente artigo visa a encontrar pistas sobre a real pronúncia do latim falado, como língua viva do Império Romano, nos chamados capítulos gramaticais da Institutio Oratoria, de Quintiliano (35-96 d.C.). Conquanto esse extenso tratado de Retórica tenha como objetivo precípuo a formação intelectual e moral dos oradores, o autor dedica os capítulos de IV a IX do livro I a relevantes reflexões em torno da Gramática, considerada por ele uma disciplina propedêutica. Os temas neles abordados são diversos: ortografia, ortoépia, partes do discurso, barbarismos, solecismos, etc. A pesquisa em si consistiu na seleção e na análise de vários trechos da obra concernentes à ortografia e à ortoépia, que foram depois cotejados com outras fontes fidedignas da área de Linguística Histórica, com destaque para Faria (1957), a fim de verificar as assertivas de Quintiliano ou de elucidá-las caso não estivessem de todo compreensíveis. Os resultados aqui obtidos confirmam, o mais das vezes, as já conhecidas características da pronúncia reconstituída do latim no período clássico, mas, ao mesmo tempo, trazem à baila algumas discrepâncias entre a escrita e a fala que ficam geralmente ocultas sob uma ilusória ideia de uniformidade ortográfica.

Biografia do Autor

Rogério Cardoso, Universidade Federal do Amazonas

Graduado em Letras - Língua e Literatura Portuguesa pela Universidade Federal do Amazonas (2016), mestre em Filologia do Português pela Universidade de São Paulo (2019) e doutor em Historiografia Linguística também pela Universidade de São Paulo (2023). Professor substituto de Latim e História da Língua Portuguesa na Universidade Federal do Amazonas, em 2023 e 2024. Professor de Redação e Linguagem Jurídica na Faculdade Santa Teresa. Tradutor voluntário (inglês-português) da página World History Encyclopedia: https://www.worldhistory.org/user/rogrioaugustomo/  

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Publicado

2025-04-30

Edição

Seção

Dossiê 51: Perspectivas históricas nos estudos linguístico-gramaticais