Os clíticos pronominais em construções relativas restritivas no português escrito em Moçambique

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DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2025.89426

Resumo

A partir da constatação de Gonçalves (1996), Mapasse (2005), César (2014) e Wache (2018), que refere que, no Português de Moçambique (PM), há tendência, em construções de relativização, para o alojamento de clítico pronominal na posição enclítica, procura-se, neste artigo, explorar os contextos da ocorrência da próclise e da ênclise em construções relativas restritivas (RR) no PM. Foi usado o corpus de Wache (2023), o qual é composto por 815 frases relativas, das quais 112 ocorrem com pronomes clíticos. A análise de dados quantitativos foi feita com auxílio de uma folha excel que continha variáveis independentes linguísticas e extralinguísticas. Os resultados revelam que tanto em RR que ocorrem com um verbo como em aqueles que ocorrem com perífrase verbal, a próclise é predominante no PM, o que demostra a conservação do Português Europeu (PE) culto, neste tipo de frases. A ênclise em RR no PM não é totalmente estranha  ao PE, já que ocorre em contextos similares. Os dados em nossa posse indicam que não há evidências plausíveis que demostrem que a ênclise, em RR, tende a ser o padrão nesta variedade em formação.

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Publicado

2025-04-30

Edição

Seção

Dossiê 51: Perspectivas históricas nos estudos linguístico-gramaticais