Confluências (geo)linguísticas e tratamento lexicográfico: a presença indígena no campo semântico ‘atividades agropastoris’ a partir dos dados do ALiB nas capitais brasileiras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2025.88647

Resumo

Este estudo investiga a presença e a vitalidade de unidades lexicais de origem indígena no campo semântico 'atividades agropastoris' nas capitais brasileiras, tendo como objeto de análise os dados do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB). O objetivo central é realizar um tratamento lexicográfico sistemático dos indigenismos documentados nesse campo semântico específico, contribuindo para a compreensão da distribuição diatópica e da estratificação social desses itens lexicais nas capitais brasileiras. O arcabouço teórico fundamenta-se nos estudos de Rodrigues (1994) sobre as línguas indígenas brasileiras, nas contribuições de Biderman (2001) sobre lexicologia e lexicografia, na metodologia geolinguística de Cardoso (2010) e nas investigações etimológicas de Cunha (1999). A análise preliminar de itens como 'mangará', 'mandioca', 'macaxeira' e 'aipim' registrados nas capitais brasileiras indica a manutenção de formas indígenas em coocorrência com seus equivalentes de outras origens etimológicas. Os resultados contribuem, dessa maneira, para a documentação do patrimônio linguístico brasileiro e oferecem subsídios para a elaboração de obras lexicográficas que contemplem adequadamente a contribuição das línguas indígenas ao português brasileiro.

Biografia do Autor

Marcela Moura Torres Paim, UFRPE / UFBA

Professora Associada IV de Língua Portuguesa do Departamento de Letras da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLinC) da Universidade Federal da Bahia e do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem (PROGEL) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Doutora em Letras pela Universidade Federal da Bahia (2007). Realizou Estágio Pós-Doutoral na Universidade Estadual de Feira de Santana. Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (2001) e mestrado em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia (2005). Foi coordenadora do Projeto CAPES-COFECUB 838/15, em parceria com a Universidade Paris 13. É pesquisadora do Projeto CAPES-COFECUB 1023/24, em parceria com a Universidade Paris 13. É avaliadora "ad hoc" do Ministério da Educação (INEP/MEC) para Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento de Cursos (Publicado no D.O.U - Portaria N. 484, de 07 de junho de 2018). É integrante efetiva do Grupo de Trabalho de Lexicologia, Lexicografia e Terminologia e de Sociolinguística da ANPOLL. Foi avaliadora de Linguagens e suas Tecnologias, componente de Língua Portuguesa, na Avaliação Pedagógica do Edital do Programa Nacional do Livro e do Material Didático - PNLD 2021 - Objetos 1 e 2. É Diretora Científica do Projeto de pesquisa Atlas Linguístico do Brasil (ALiB). Atua como pesquisadora do Projeto NURC - Salvador, tendo sido bolsista de Iniciação Científica e de Aperfeiçoamento do Projeto durante a Graduação e a Pós-Graduação. Foi Vice-Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da Universidade Federal da Bahia em 2017. Tem experiência na área de Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: Sociolinguística, Dialetologia, Atlas Linguísticos e Variação.

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Publicado

2025-04-30

Edição

Seção

Dossiê 51: Perspectivas históricas nos estudos linguístico-gramaticais