Quem tem medo do romance pornográfico? O romance pornográfico como campo de disputa da crítica feminista

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DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2024.87610

Resumo

O presente artigo investiga o romance pornográfico como um espaço de disputa dentro da crítica feminista e literária. Com base em discussões de Susan Sontag, que propôs o reconhecimento do valor artístico da pornografia, exploramos como este gênero literário continua marginalizado, sendo frequentemente analisado sob perspectivas psicológicas e sociais. No campo da crítica feminista, a pornografia gera divisões. Feministas antipornografia argumentam que a pornografia reforça a opressão masculina e a objetificação das mulheres, enquanto a outras teóricas questionam as definições que distinguem pornografia de erotismo, ressaltando a complexidade dessa categorização. A nossa discussão reflete a dualidade presente na crítica feminista, que tanto condena a pornografia por suas implicações de violência de gênero quanto reconhece seu potencial para expressar as múltiplas facetas da sexualidade feminina. Além disso, discutimos como o romance pornográfico desafia as convenções literárias e culturais, sendo um reflexo das tensões sociais em torno da sexualidade e do gênero. Em última análise, o defendemos uma análise mais complexa e aberta dessa literatura, sugerindo que ela pode operar como um campo legítimo de investigação crítica e acadêmica.
Palavras-chave: Romance pornográfico; Pornografia; Crítica feminista; Crítica Literária; Cânone literário.

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Publicado

2024-12-28

Edição

Seção

Dossiê 50: Feminismos Decoloniais e Teoria Literária: outros percursos críticos