Literaturas indígenas na escola: uma janela para desobediência epistêmica

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DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2024.83201

Resumo

Neste texto buscamos refletir sobre as práticas pedagógicas tradicionais sobretudo aquelas que envolvem o ensino de línguas e literaturas na Educação Básica e sugerimos algumas possibilidades de desobediência epistêmica relacionada à inclusão e ao papel das literaturas de autoria indígena nas escolas brasileiras. Nosso objetivo é defender a presença das literaturas indígenas nas escolas como uma medida para valorizar essas narrativas e promover o movimento de aprender a desaprender. Defendemos atitudes pedagógicas que contribuem para a construção de uma sociedade que, ao desconstruir perspectivas coloniais, sejam capazes de desafiar as estruturas de conhecimento impostas pela colonialidade. Isso implica confirmar e valorizar saberes que ao longo da história foram marginalizados. A metodologia de pesquisa utilizada é do tipo documental e bibliográfica. Entre os teóricos que fundamentam esta pesquisa, destaco Krenak (2020), Munduruku (2016, 2017, 2020), Graúna (2013), Mignolo (2008, 2017b) e bell hooks (2017). A abordagem adotada enfatiza a necessidade de valorizar a diversidade cultural, e reconhecer a literatura como uma ferramenta de interação entre culturas e de troca de conhecimentos. Dentre os resultados salientamos a necessidade da inclusão das literaturas indígenas nas escolas e a capacitação de professores para promover debates e reflexões sobre a diversidade cultural e identitária. Reforçamos que a desobediência epistêmica é um meio possível para promover a justiça epistêmica e para questionar as estruturas de poder que perpetuam a desigualdade, contribuindo, assim, para uma educação mais inclusiva e igualitária.

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Publicado

2024-04-30

Edição

Seção

Dossiê 48: Epistemologias e praxiologias decoloniais nos estudos de línguas/linguagens e na educação linguística