Decolonizar as diretrizes curriculares e educacionais: repensando o ensino de Língua Portuguesa como Segunda Língua para pessoas surdas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2024.82938

Resumo

Neste artigo, trazemos à discussão limites e possibilidades enfrentadas pela comunidade surda, em virtude dos modos de implementação de políticas linguísticas já existentes, como formação de professores em língua portuguesa escrita como segunda língua, inserção da Libras como disciplina e as questões curriculares a elas ligadas. Como aporte teórico, recorremos aos conceitos de cidadania linguística e de colonialidade, por oferecerem uma crítica profunda às estruturas de poder e conhecimento herdadas do colonialismo, ao desafiar narrativas dominantes e propor uma reavaliação das práticas pedagógicas e políticas linguísticas. No percurso metodológico adotado, refletimos sobre a urgência de práticas decoloniais em prol da formação de cidadãos críticos, que tenham a sua cidadania linguística reconhecida, bem como a formulação de currículos de língua portuguesa na perspectiva de segunda língua, a fim de contribuir para a construção de espaços de aprendizagem mais democráticos. Como encaminhamento e a fim de contribuir com práticas educativas para alunos surdos do ensino superior, apresentamos um relato de experiência vinculado às propostas apresentadas para a formação de professores surdos, nas quais a visão decolonial, a expansão do conhecimento de mundo e dos sentidos a este atribuídos pelos discentes são os elementos centrais, em aulas que se desejam interculturais.

Biografia do Autor

Adriana Barros, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS

Licenciatura e Bacharelado em Psicologia pela Anhanguera-UNIDERP (2023) CRP 14/10019. Pós-Doutorado em Letras Modernas pela USP (2016-2017). Doutorado em Estudos da Linguagem pela PUC-Rio (2010). Mestrado em Administração de Empresas com especialização em Marketing pelo IAG Escola de Negócios da PUC-Rio (2006). Pós-graduação em Management (MBA) pelo IAG Escola de Negócios da PUC-Rio (2003). Pós-graduação em Metodologia do Ensino da Língua Inglesa. DOTE - Diploma for Overseas Teachers of English pela Universidade de Cambridge, Inglaterra (1994), adquirindo o título de Royal Society of Arts -RSA. Letras Português-Inglês Licenciatura Plena pela PUC-Rio (1984). Atualmente é professora efetiva da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, ministrando aulas nos cursos de graduação e de pós-graduação stricto sensu do Mestrado Acadêmico e Profissional em Letras. Foi tesoureira da ALAB (Associação Brasileira de Linguística Aplicada) no biênio 2014-2015. Foi professora da Universidade Anhanguera-Uniderp, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul na graduação dos cursos de Administração e Publicidade e Propaganda e na pós-graduação lato sensu no curso de MBA (2010- 2011), assumindo a coordenação do curso de Publicidade e Propaganda em 2011. Trabalhou na Cultura Inglesa Rio (1986-2009), onde foi professora, coordenadora pedagógica e gerente de filial (1993-2009). Foi professora de classe de alfabetização, de inglês no Ensino Fundamental e em instituições particulares de Língua Inglesa (1979-1998). Tem experiência profissional nas seguintes áreas: Estudos da Linguagem com ênfase em Linguística Aplicada e Sociolinguística; Administração Escolar, com ênfase em Gestão Organizacional e Gestão de Pessoas; e Administração de Empresas, com ênfase em Comunicação Empresarial, Marketing, Liderança e Negociação. Atualmente, suas áreas de interesse são: Sociolinguística Interacional / Variacionista e Linguística Aplicada, com foco em Ensino de Línguas, Formação de Professores, Línguas de Comunidades Minoritarizadas e (De)colonialidade, Fronteiras, Língua, Cultura e Identidade.

Valéria Campos Muniz, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UFRJ

Doutora em Língua Portuguesa (2013) e mestre Língua Portuguesa, (1997) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi bolsista da CAPES durante o Doutorado. Atualmente é professora adjunta de Língua Portuguesa como L2 - 40 horas com dedicação exclusiva - do INES. Tem experiência na área de Letras e atua principalmente nas seguintes áreas: leitura, aquisição da língua escrita, língua portuguesa como L2, gramática e ensino. Foi professora na Universidade Estácio de Sá no curso presencial e a distância , tendo ocupado o cargo de coordenadora do curso de Letras no campus de Nova Friburgo. Possui publicação em anais de eventos nacionais, internacionais, e em revistas. Área de interesse: linguística textual, estudos do letramento e língua portuguesa como L2. Membro (pesquisador) dos Grupos de Pesquisa: Laboratório de Estudos de Português L2 (INES / UFRJ) e do Linguagem & Sociedade (FFP/UERJ-CNPq / INES).

Danielle Cristina Mendes Pereira Ramos, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Mestre em Literatura Brasileira e Teorias da Literatura (2001) e Doutora em Literatura Comparada (2006) pela Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de Letras e interessa-se pelos seguintes temas: literatura e memória; letramentos de surdos; intermidialidade; autoetnografia. É professora Adjunta II da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Faculdade de Letras, como professora e chefe do Setor de Estudos Literários do Departamento de Letras/Libras. Membro do Núcleo Docente Estruturante dos cursos de Letras-Libras (UFRJ) e suplente do Colegiado da Diretoria de Extensão da Faculdade de Letras (UFRJ). Leciona na graduação e na Pós-Graduação, dentro dos cursos de Especialização em Literatura Infantil e Juvenil e em Libras: ensino, tradução e interpretação. Atua como professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Educação Bilíngue do Departamento de Ensino Superior do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). Desenvolveu pesquisa de Pós-Doutoramento sobre literatura e letramentos de alunos surdos na FFLCH/USP, no Departamento de Letras Modernas, sob a orientação da Professora Doutora Walkyria Monte-Mór. É membro do Projeto Nacional de Letramentos (USP/CNPq) e do Grupo de Trabalho Transculturalidade, Linguagem e Educação (ANPOLL).

Downloads

Publicado

2024-04-30

Edição

Seção

Dossiê 48: Epistemologias e praxiologias decoloniais nos estudos de línguas/linguagens e na educação linguística