Sob o domínio do Rei Peste: a função das doenças e epidemias no Gótico brasileiro da República Velha

Autores

  • Alexander Meireles da Silva UFG/Regional Catalão

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2014.11196

Palavras-chave:

República Velha, Gótico Brasileiro, Epidemias

Resumo

Ainda que tenha testemunhado intensos conflitos nacionais como a Revolta de Canudos, a Guerra do Contestado, a Revolta da Vacina e a Revolta da Chibata, a República Velha (1889-1930) teve nas pestes e epidemias os inimigos mais ferozes a serem combatidos para o desenvolvimento do país. Com base nesta afirmação e tomando como suporte teórico o conceito do monstruoso de Noël Carroll e Jeffrey Jerome Cohen assim como também as ideias de H. P. Lovecraft e Edmund Burke sobre a função do medo na literatura fantástica, este artigo tem como meta demonstrar como a sífilis, a febre amarela, a varíola, a peste bubônica e a hanseníase exerceram significativa influencia na manifestação de narrativas no meio literário brasileiro cujas estruturas e temáticas guardam semelhanças com a literatura gótica do século dezenove praticada na Inglaterra e nos Estados Unidos. Dentre outros contos de autores como Valdomiro Silveira, Hugo de Carvalho Ramos e Monteiro Lobato, a análise de “O bebê de tarlatana rosa” e “A peste”, ambos de João do Rio e “O mosquito” e “Niobe”, escritos por Coelho Neto demonstra que as pestes e epidemias foram utilizados pelos escritores nacionais para veicular a visão ideológica das elites sobre grupos sociais e regiões geográficas dentro do discurso modernizante vigente no país da época.

Biografia do Autor

Alexander Meireles da Silva, UFG/Regional Catalão

Professor Adjunto do Departamento de Letras da UFG/Campus Catalão, Professor do Mestrado em Estudos da Linguagem da UFG/Campus Catalão.

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Publicado

2014-10-13

Edição

Seção

Dossiê: (Re)Leituras do Gótico literário