A atuação da cruz e da espada para despotencializar as lutas feministas e naturalizar as funções sociais das mulheres nas décadas de 1920 e 1930, por meio das revistas: o centurião e a ordem
DOI:
https://doi.org/10.12957/riae.2021.63440Palavras-chave:
Primeira República, conservadorismo, catolicismo, feminismoResumo
O objetivo deste trabalho é analisar a dialética entre o movimento feminista, em especial a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), e dois movimentos conservadores nacionais que se desenvolveram na Primeira República: a Reação Católica e a União Católica Militar (UCM). A atuação desses aparelhos hegemônicos conservadores repercutiu no debate educacional e nas relações de trabalho desenvolvidas na escola e, ao mesmo tempo, freou a ampliação das lutas do movimento feminista. Assim, resgatou-se a historicidade do conservadorismo desenvolvido pela Igreja Católica e pelas Forças Armadas, evidenciando o papel opressor desenvolvido por essas instituições e desnaturalizando não somente a condição social da mulher, como também o vínculo entre católicos e militares com o ideal conservador.Referências
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