Pode o professor escutar-se e escrever-se no encontro com o outro?
Devires otobiográficos
DOI:
https://doi.org/10.12957/teias.2025.94122Palavras-chave:
formação docente, otobiografia, acontecimentoResumo
Este ensaio propõe uma reflexão teórico-filosófica sobre a docência como prática ética atravessada pela escuta, pela alteridade e pela escrita. Em oposição a concepções tecnicistas do ensino, ancora-se na filosofia da diferença, com Derrida, Deleuze e Corazza, para pensar a aula como acontecimento e espaço de permanente invenção. Tematiza se o professor pode escutar-se e escrever-se no encontro com o outro, articulando os conceitos de acontecimento e otobiografia. O acontecimento é visto como o que escapa ao controle e desestabiliza o sujeito, enquanto a otobiografia mostra que toda escrita é atravessada pelo outro. A docência é concebida, assim, como processo otobiográfico, no qual o professor se escreve ao contatar a alteridade com os estudantes. Este contato ultrapassa o plano técnico e torna-se acolhimento, abertura e transformação. Defende-se que, mesmo sob padronizações e normatizações, a docência pode afirmar-se como espaço de invenção, resistência e abertura ao imprevisível.
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