A capoeira e o desenvolvimento do esporte e da legislação desportiva no Brasil até a década de 1960
DOI:
https://doi.org/10.12957/teias.2024.83751Palavras-chave:
capoeira, formação de instrutores, legislação desportivaResumo
A prática da capoeira sob a perspectiva do esporte teve como característica a apropriação de um saber corporal específico, modificando ou extinguindo diversos aspectos desta cultura popular. Neste sentido, este artigo objetivou analisar o processo de esportivização e de institucionalização da capoeira a fim de compreender o desenvolvimento do esporte e da legislação desportiva e suas respectivas relações e implicações com a capoeira até o final da década de 1960. As análises realizadas possibilitaram compreender melhor o desenvolvimento do jogo-luta no cenário esportivo e legislativo desportivo e de como o Estado brasileiro interveio nas manifestações populares e práticas corporais. Foi possível constatar que o processo de esportivização e institucionalização da capoeira acarretou impactos significativos e irreversíveis ao se apropriar do saber corporal popular da capoeiragem, reconfigurando seus saberes e fazeres sob outra perspectiva cultural, a esportiva. Criminalizada e carregando o estigma do passado, a prática da capoeira como jogo e como luta agregou novos elementos e ganhou novos contornos ao travar um diálogo, no decorrer do século XX, com as mudanças encontradas nos novos contextos onde esta prática se manifestou. Destarte, em que pese a importância histórica e cultural da capoeira no Brasil, mesmo com as garantias constitucionais de 1988 e com o reconhecimento como patrimônio cultural imaterial já no século XXI, é correto afirmar que, a capoeira, legitimamente concebida como esporte nacional, ainda não conseguiu, no universo jurídico legal, ser contemplada com o destaque necessário e como um dos símbolos da matriz cultural e esportiva do Brasil.
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