Um Núcleo de Consciência Negra na Universidade de São Paulo (USP):
a idealização de um quilombo
DOI:
https://doi.org/10.12957/teias.2024.83723Palavras-chave:
racismo, interseccionalidade, educaçãoResumo
Este artigo tem como objetivo apresentar o protagonismo de Jupiara Castro, mulher negra e trabalhadora, que foi umas das pessoas que idealizou e fundou um Núcleo de Consciência Negra dentro da Universidade de São Paulo (NCN/USP), em 1987. O objetivo é revelar quem é Jupiara, qual foi a sua missão, sua contribuição e qual legado deixou para as futuras gerações dentro do NCN e fora deste território que entendemos como um quilombo dentro da Universidade. Foram tomadas como fontes de pesquisa: entrevistas com membros do Núcleo, estatuto, publicações e documentos produzidos pelo NCN e pela USP, publicações em outros veículos de informação mais gerais, como periódicos da Universidade e da grande imprensa. Diante das entrevistas e análises dos documentos foi possível constatar que Jupiara promoveu dentro da Universidade de São Paulo um grande debate acerca do racismo, do antirracismo e da posição de inferioridade da(o) negra(o) brasileira(o). Além disso, com o passar do tempo, esse debate político se transformou em ações educacionais direcionadas às comunidades negra e não negra, para promover uma educação crítica, reflexiva e emancipadora. Concluiu-se que Jupiara fundou o Núcleo de Consciência Negra para promover ações afirmativas com o intuito de educar a população negra em atos públicos, cursinho pré-vestibular, cursos de idiomas, alfabetização, cultura e arte, e reeducar a sociedade sobre as relações étnico-raciais no Brasil, marcando a luta da população negra por ensino superior, que está na gênese das políticas de cotas raciais.
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