Abigail Botelho Reis

considerações sobre a escrita de uma trajetória profissional (1910-1935)

Resumo

Este estudo busca trazer considerações sobre a construção de uma trajetória. Neste artigo, o foco será a atuação profissional de Abigail Botelho Reis, entre os anos de 1910 e 1935, período em que ela atuou como educadora e também na imprensa, nos municípios de Leopoldina – MG e no Rio de Janeiro – RJ. Neste sentido, busca-se perceber se sua participação na imprensa confere a ela o lugar do mediador cultural, que na acepção de Gomes e Hansen (2016) inclui sujeitos que produzem conhecimentos e comunicam ideias por meio da imprensa e de outras ações vinculadas à intervenção política e social. A pesquisa documental teve como fontes os jornais nos quais há indícios de que Abigail foi colaboradora: Gazeta de Leopoldina, O Paiz e Jornal do Brasil, e os dicionários biográficos, que indicaram que além de professora primária e da Escola Normal, ela foi escritora, editora e membro da Damas da Cruz Verde. Estas experiências levaram à necessidade de refletir sobre os limites e possibilidades de atuação de uma mulher que cresceu em uma região com uma estrutura marcadamente patriarcal, sem, contudo, abrir mão da análise sob a perspectiva intersecional de gênero, raça e classe, a fim de problematizar quais mulheres puderam ocupar os espaços públicos. A trajetória profissional de Abigail nos revela redes de sociabilidade entre as mulheres e seus espaços de atuação, sendo representativa para o campo da história das mulheres e para a história da educação.