Atendimento coletivo presencial em Centros de Educação para Jovens e Adultos:

estratégia para repensar o direito à educação?

Resumo

Nesse artigo, derivado de discussões iniciadas ainda no percurso do mestrado, e que se estenderam ao longo do doutorado em educação, intenciono refletir sobre a importância que práticas pedagógicas de atendimento coletivo presencial têm adquirido nos Centros de Educação de Jovens e Adultos (CEJA), unidades escolares da rede estadual do Rio de Janeiro, que atendem a modalidade educação de jovens e adultos (EJA), em regime semipresencial, por módulos, especialmente no período pós-pandemia Covid-19. Tais práticas, reivindicadas e com ativa participação dos estudantes, têm sido largamente utilizadas pelos CEJA como estratégia de acolhimento e reconstrução de percursos escolares que podem contribuir para repensar o direito à educação historicamente negado a sujeitos jovens e adultos. O artigo fundamenta-se no arcabouço teórico construído nas investigações realizadas, com metodologia quantiqualitativa, efetivadas por meio de estudo de casos. Apoia-se na observação empírica realizada nos CEJA pesquisados, nas respostas obtidas nos questionários aplicados, na observação das redes sociais de cada um dos CEJA que compõem a Rede CEJA e na interpretação dos dados obtidos. Indícios obtidos no decorrer das pesquisas parecem demonstrar adesão cada vez maior de estudantes e docentes a estratégias de atendimento, evidenciando aparente contradição, face ao modelo institucional desse modo de oferta, demonstrando que estudantes que se matriculam nos CEJA, ainda que os busquem inicialmente por não terem disponibilidade de tempo para frequentar diariamente escolas presenciais de EJA, necessitam e participam de iniciativas de atendimento presencial, desde que organizadas de modo a atender suas especificidades, necessidades e anseios.