Formação de professores(as) e processos de subjetivação: notas para pensar o educar na tensão da diferença
DOI:
https://doi.org/10.12957/teias.2023.70202Palavras-chave:
Diferença, Formação de Professores, Linhas de fuga, Escavação de si.Resumo
O objetivo deste ensaio é pensar a formação de professores(as) com a filosofia da diferença, disparando alguns sentidos possíveis que este atravessamento pode fazer surgir. Há um esforço neste trabalho em pensar outras expressões de vida docente, mais atentas aos desatinos da diferença, e que precisam ser disparadas: estes modos outros de vida educadora só podem ser ousados, subversivos, clandestinos e provocadores da formação de professores(as) em seu formato hegemônico, constituído pela tríade religião-ciência-lei (CORAZZA, 1999). A filosofia da diferença rasga os tecidos e modelos hegemônicos de enquadramento social, fazendo ver os fluxos inventivos e criadores da vida em diferenciação, que pede passagem. Tal provocação ecoa também na educação escolar, na formação de professores(as). A fluidez da vida, dos corpos em seus fluxos vitais, se vista para além dos modelos, pode deslocar uma vida docente ao interesse mais pelo encontro com o outro, do que pelo julgamento do outro. Assim, dar atenção à diferença por parte de uma vida docente é uma disposição exigente e inventiva, em que a produção de subjetividade do(a) professor(a) torna-se sua mais notável tarefa formativa: escavar-se a si, resistir àquilo que se é para criar outro(a) de si mesmo. Dispor-se a constante escavação de si envolve fluxos desviantes dos modelos que habitam uma vida educadora, implica a constante preocupação em escapar por linhas de fuga que criem fendas e cesuras na uniformidade e homogeneização curricular dos processos educacionais escolares. Pensar a formação de professores(as) na tensão da diferença faz fluir outros sentidos possíveis em que a forma-ação se desloca pela via da alteridade, e não apenas se molda pela via da identidade oferecida pelos modelos. São possíveis formações outras: inventivas e criadoras, em que se duvida do educador(a) que se é, inventa-se outro(a) de si mesmo(a), por meio de um cuidado com sua presença ética-estética-política no mundo e nos territórios escolares. Por fim, são expostas algumas divagações sobre possíveis técnicas existenciais que podem ser potentes, subversivas e inventivas na vida docente que se arrisca a educar em meio a vida e à diferença, e não apenas submete-se aos modelos.
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