‘Se fosse um passarinho, também iria voar’: a escola e a educação das crianças em situação de acolhimento institucional
DOI:
https://doi.org/10.12957/teias.2023.64388Palavras-chave:
Acolhimento institucional, Preconceito, Interseccionalidade, Pedagogia crítica, Prática pedagógica dialógica.Resumo
Em defesa de uma escola pública pertencente ao povo, em uma perspectiva inclusiva, a pesquisa aqui relatada objetivou compreender como vem sendo construído o fazer pedagógico no cotidiano da escola com crianças sob tutela do Estado, segundo a percepção de seus professores e professoras. Trata-se de uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, baseada nos seguintes procedimentos metodológicos: análise dos relatórios e dos levantamentos acerca dos dados nacionais e municipais que caracterizam a institucionalização infantil e sua estruturação, bem como entrevistas semiestruturadas com seis docentes que atuam ou atuaram com crianças em situação de acolhimento institucional na Região do Grande ABC Paulista, identificados(as) por meio da técnica “bola de neve” (snowball). O referencial teórico dialoga com a epistemologia freiriana, a sociologia da infância e com os estudos sobre interseccionalidade e interculturalidade. Os resultados revelam a escola como mantenedora de processos excludentes, balizados por um currículo escolar, muitas vezes, reducionista e engessado, dada a existência de preconceitos e preconcepções estereotipadas, bem como de uma visão da criança sob tutela pública como sujeito da falta, carente, violento e triste. Os(as) docentes evidenciam a carência de formações acerca do trato com essas crianças e o caráter homogeneizador de cunho eurocêntrico da própria escola no que tange ao acolhimento desses(as) meninos e meninas. Em contrapartida, relataram-se possibilidades e estruturaram-se vivências com vistas a uma pedagogia amorosa, emancipadora e humanizada, sendo a escola um ambiente de possibilidades libertadoras e de combate a toda tentativa de reducionismo e segregação.
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