BNCC E O ENSINO DE LITERATURA: o trabalho nas trincheiras e frinchas para (quem sabe) abrir portões
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2023.78709Palabras clave:
Ensino de literatura, Formação humana, BNCC, Currículo, ENEM.Resumen
O presente artigo problematiza o processo de elaboração da BNCC, destacando quem foram os interlocutores privilegiados e como isso impacta negativamente o ensino de literatura, punindo de forma mais veemente os menos abastados. O trabalho localiza a promulgação da BNCC e da Reforma do Ensino Médio no período das Contrarreformas (2016-2018). Por meio de uma revisão bibliográfica, aponta alguns questionamentos e críticas levantados por estudiosos, ao mesmo tempo em que destaca o esforço teórico realizado nos interstícios das contradições para a superação dos problemas atinentes ao ensino de literatura. Por fim, considerando a forte influência que os exames de acesso às universidades têm exercido na elaboração dos currículos escolares, encaminha uma proposta para que seja avaliada, criticada e enriquecida pelos pares. Ela é mais uma tentativa de atuação nas frinchas do que, de modo consensual entre pesquisadores, é ruim para o ensino de literatura, a realização de exames de grande escala, como o ENEM.
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