O debate sobre aporofobia promovido pelo Padre Júlio Lancellotti nas redes sociais: uma análise semiolinguística

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2022.65025

Palavras-chave:

discurso. Aporofobia. Redes sociais.

Resumo

Nosso artigo tem como objetivo descrever e analisar a repercussão das publicações do padre Júlio Lancelotti no instagram, ao longo do mês de janeiro de 2022 que denunciavam a prática da aporofobia pela adoção de uma “arquitetura hostil” em várias cidades brasileiras. Interessam-nos, especificamente, os comentários que se opõem às publicações de Lancelotti e que reproduzem e reforçam o sentimento de aversão ao pobre que o padre denuncia.  Para empreender nossa análise, adotamos como eixo teórico a análise semiolinguística do discurso, de Patrick Charaudeau, em especial a noção de imaginário sociodiscursivo e os procedimentos relativos ao modo de organização argumentativo, definidos por esse autor. Tal análise nos permitiu constatar que as publicações que apoiam as atitudes de aporofobia citam argumentos que reforçam uma série de imaginários negativos associados à imagem da pessoa em situação de rua, que a colocam como um ser nocivo à população em geral, o que faz com que essas publicações tenham o potencial de incitar os leitores a fomentarem um sentimento de aversão ao pobre.

Biografia do Autor

Mônica Souza Melo, Universidade Federal de Viçosa

Doutora em Estudos Linguísticos pela UFMG (2003), com Estágio de Pós-Doutorado em Estudos Linguísticos, pela mesma instituição.

Professora Titular do Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa. Professora do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFV.

Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.

 

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Publicado

2022-06-23

Edição

Seção

Dossiê: Discursos de ódio e discursos de resistência em ambiente digital