Convergência e divergência em contos e crônicas de Clarice Lispector
DOI:
https://doi.org/10.12957/soletras.2020.50849Resumo
Este artigo objetiva analisar contos e crônicas de Clarice Lispector, focalizando, especificamente, a inconstância que caracteriza a abordagem de questões voltadas ao gênero feminino, em dois contextos distintos: o literário e o jornalístico. Para isso, foram escolhidos excertos de: três contos, que integram os livros Laços de família (1960) e O primeiro beijo & outros contos (1977); e onze crônicas, escritas por Clarice Lispector e publicadas nos periódicos Comício, Correio da manhã, Diário da noite e Mais, entre 1952 e 1977. Como pressupostos teóricos, foram utilizados, principalmente, os estudos de Elaine Showalter, Norma Telles, Nelly Richards e Teresa de Lauretis. Tomando por base a aceitação e o questionamento dos princípios da sociedade patriarcal, os resultados obtidos neste estudo demonstram como a escritora brasileira rompeu os padrões, por meio das temáticas e da linguagem que utilizou, para se dirigir ao público feminino. Diante disso, foi possível constatar que a oscilação entre convergência e divergência propiciou a revisão dos papéis da mulher, auxiliando na reconfiguração da individualidade e das relações sociais.
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