A arte neoliberal de governar e a teoria do capital humano: Perspectivas críticas em educação e trabalho
DOI:
https://doi.org/10.12957/riae.2020.54596Palabras clave:
Governamentalidade neoliberal, Teoria do capital humano, Sujeito empreendedorResumen
Este artigo objetiva discutir alguns aspectos da genealogia da governamentalidade neoliberal, tal como realizada por Michel Foucault nos últimos cursos da década de 70, no Collège de France. Trata-se, principalmente, de analisar os desdobramentos dessa genealogia no que concerne à formação do sujeito empreendedor, polivalente, proativo e flexível, concebido por essa arte de governo neoliberal como “empresários de si mesmos”. Objetiva-se, assim, problematizar as implicações e os efeitos da teoria do capital humano no campo da educação e do trabalho, bem como da progressiva governamentalização do Estado e das condutas individuais, regulados pelo mercado.Citas
AUDARD, Catherine. Qu’est-ce que le libéralisme? Éthique, politique, société. Paris: Gallimard, 2009.
BAZZICALUPO, Laura. Produção de segurança e incerteza dos critérios. In: AVELINO, Nildo; VACCARO, Salvo (Org.). Governamentalidade | Segurança. São Paulo: Intermeios, 2014.
BECK, Ulrich. Sociedade de risco. Trad. Sebastião Nascimento. 2ª. Ed. São Paulo: Ed. 34, 2011.
BOURDIEU, Pierre. Capital cultural, escuela y espacio social. México: Siglo Veinteuno, 1997.
BOURDIEU, Pierre. L’essence du néolibéralisme. Le Monde Diplomatique, Paris, mar. 1998. Disponível em: www.monde-diplomatique.fr/1998/03/BOURDIEU/10167#nh1 Acesso em: 15 abr. 2020.
BROWN, Wendy. Cidadania sacrificial, neoliberalismo, capital humano e políticas de austeridade. Trad. Juliane Bianchi Leão. Rio de Janeiro: Zazie Edições, 2018.
CASTRO, Edgardo. Vocabulário de Foucault: um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. Trad. Ingrid Müller Xavier. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.
COSTA, Sylvio de Sousa Gadelha. Governamentalidade neoliberal, teoria do capital humano e empreendedorismo. Educação & Realidade, 34 (2), p. 171-186, mai./ago. 2009.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. La nouvelle raison du monde: essai sur la société néolibérale. Paris: Éditions La Découverte, 2009.
DELEUZE, Gilles. Post-Scriptum sobre as sociedades de controle. In:_____. Conversações. São Paulo: Editora 34, 2013.
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o Século XXI. Trad. José Carlos Eufrázio. São Paulo: Cortez, 2001.
DUARTE, André de Macedo. Vidas em risco: crítica do presente em Heidegger, Arendt e Foucault. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
FONSECA, Márcio Alves da. Para pensar o público e o privado: Foucault e o tema das artes de governar. In: RAGO, Margareth; VEIGA-NETO, Alfredo (Org.). Figuras de Foucault. 3ª. Ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.
FOUCAULT, Michel. “À propos de la généalogie de l’éthique: un apeçu du travail em cours”. In: ____. Dits et Écrits. II. Paris: Gallimard, 2001. p. 1428-1450.
FOUCAULT, Michel. “Crise de la médicine ou crise de la antimédicine”. In:____. Dits et Écrits. II. Paris: Gallimard, 2001b. p. 40-58.
FOUCAULT, Michel. “Entretien avec Michel Foucault”. In:____. Dits et Écrits. II. Paris: Gallimard, 2001c.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: A vontade de saber. Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2009.
FOUCAULT, Michel. “Le sujet et le pouvoir”. In: ____. Dits et Écrits. II. Paris: Gallimard, 2001d. p. 1041-1062.
FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
FOUCAULT, Michel. “Qu’est-ce que les lumières? (1984)”. In: ____. Dits et Écrits. II. Paris: Gallimard, 2001e. p. 1381-1397.
FOUCAULT, Michel. Sécurité, territoire, population: cours au Collège de France, 1977-1978. Paris, Gallimard/Seuil, 2004.
GENTILI, Pablo. Neoliberalismo e educação: manual do usuário. In: ______; SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Escola S. A.: quem ganha e quem perde no mercado educacional no neoliberalismo. Brasília: CNTE, 1996.
HAMANN, Trent H. Neoliberalismo, governamentalidade e ética. Revista Ecopolítica, n. 3, p. 99-133, mai./ago. 2012. Disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/ecopolitica/issue/view/755/showToc Acesso em: 15 abr. 2020.
LAZZARATO, Maurizio. Biopolítica/Bioeconomia. In: PASSOS, Isabel Christina Friche (Org.). Poder, normalização e violência: incursões foucaultianas para a atualidade. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.
LÓPEZ-RUIZ, Osvaldo. A técnica como capital e o capital humano genético. Revista Novos Estudos Cebrap, n. 80, mar. 2008, p. 127-139. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/nec/n80/a09n80.pdf Acesso em: 10 abr. 2020.
LÓPEZ-RUIZ, Osvaldo. Os executivos das transnacionais e o espírito do capitalismo: capital humano e empreendedorismo como valores sociais. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2007.
RAMOS DO Ó, Jorge. Notas sobre Foucault e a governamentalidade. In: FALCÃO, Lucas Felipe; SOUZA, Pedro de (Org.). Michel Foucault: perspectivas. Florianópolis: Clicdata Multimídia/Achiamé, 2005.
REIS, Diego dos Santos. Michel Foucault, a gestão dos ilegalismos e a razão criminológica neoliberal. Revista de Filosofia Aurora, Curitiba, v. 32, n. 55, p. 279-299, jan./abr. 2020.
REIS, Diego dos Santos. O governo da emergência: Estado de exceção, guerra ao terror e colonialidade. Rio de Janeiro: Multifoco, 2020b.
STANCHI, Malu; REIS, Diego dos Santos. Criminalização e superencarceramento do corpo negro: sistema de promoção do necropoder nos centros de detenção brasileiros. Revista do Observatório de Direitos Humanos, Brasília, v. 5, n. 5, p. 4-17, jul./dez., 2018.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Educação, ideologia e contra-ideologia. São Paulo, EPU, 1986.
SCHULTZ, Theodore. Capital humano: investimentos em educação e pesquisa. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1973.
WACQUANT, Loïc. Foucault, Bourdieu et l’État pénal à l’ère néolibérale. In: ZAMORA, Daniel (Org.). Critiquer Foucault: Les années 1980 et la tentation néolibérale. Bruxelles: Ed. Aden, 2014.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Los autores conservan los derechos de autor de su trabajo, pueden publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos, así como aumentar la impacto y citación del trabajo publicado.
La aceptación del texto implica la autorización y exclusividad de la Revista Interinstitucional Artes de Educar en cuanto al derecho de primera publicación, las obras publicadas son licenciadas simultáneamente con una Licencia Creative Commons Atribución-No Comercial 4.0 Internacional