Nas diásporas e encruzilhadas do cotidiano escolar: as travessias dos currículos praticados de uma escola municipal de Manaus

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/teias.2022.66104

Palavras-chave:

Currículos Praticados, Pedagogia das Encruzilhadas, Diáspora Curricular.

Resumo

O presente ensaio emerge de um processo de estudo iniciado a partir da busca de compreensão das experiências educativas de uma comunidade escolar situada na fissura entre a idealização da cidade modernizada e a cidade praticada por aqueles e aquelas que são jogados para as suas margens, oriundos e oriundas de diferentes movimentos diaspóricos, e que, a despeito de não serem convidados e convidadas a compor o clube da humanidade, nas palavras do líder indígena e pensador Ailton Krenak, ainda teimam em inventar e criar os seus saber[es]xistências. Diante da presença de filhos da comunidade haitiana, chegada à cidade de Manaus no fluxo migratório ocorrido nos anos de 2010 e, mais recentemente,  da comunidade venezuelana, cuja presença se intensificou a partir do ano de 2018, minha aposta é que o cerne das experiências curriculares produzidas na EMEF Prof. Waldir Garcia se adere a uma perspectiva fronteiriça, de encruzilhada, enredadas em diálogo com/nas diásporas vividas pelos seus sujeitos e que rasuram e desorganizam os limites e controles impostos à escola. Conhecer tais travessias, como recurso metafórico que permite entender os seus currículos praticados, exige considerar muito seriamente as gingas e as vozes dos sujeitos que a integram e o modo como atribuem significados, performatizam e narrativizam as práticas de educação, vida e arte no solo da escola, transcriando e (re)territorializando as suas múltiplas experiências existenciais e processos identitários.

Biografia do Autor

Ceane Andrade Simões, Universidade do Estado do Amazonas

Ceane Andrade Simões é Pedagoga. Atualmente é professora da área de Políticas Públicas em Educação, Gestão Democrática e Currículo da Educação Básica da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), atuando nos cursos de licenciatura dessa instituição. É Mestra em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), na área de concentração Processos formativos e Desigualdades sociais, tendo como campo de interesse de estudo os cotidianos escolares e suas práticas curriculares emancipatórias. É doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Pará (UFPA), na linha de Educação, Sociedade e Cultura. Faz parte desde o ano de 2015 do movimento de famílias pela Educação Integral e Democrática no Amazonas, por meio do Coletivo Escola Família Amazonas (CEFA), apoiando experiências emancipatórias de educação e as suas comunidades, com foco nas escolas públicas e na construção de processos de autonomia educativa e relações horizontais e democráticas na escola de educação básica. Tem participado ativamente de experiências de educação democrática em Manaus e no Brasil por meio da Rede de Escolas Transformadoras e da Rede Brasileira por Instituições Educativas Socialmente Justas e Aldeias, Campos e Cidades que Educam (REDHUMANI). Atua no Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas em Educação GEPPPE. Já foi Coordenadora de Apoio ao Ensino da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PROGRAD/UEA) e atualmente é dirigente sindical, exercendo o cargo de Secretária de Comunicação do Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Amazonas (Sind-UEA). É mãe de um adolescente e militante socialista.

Downloads

Publicado

28-05-2022

Como Citar

Simões, C. A. (2022). Nas diásporas e encruzilhadas do cotidiano escolar: as travessias dos currículos praticados de uma escola municipal de Manaus. Revista Teias, 23(69), 50–59. https://doi.org/10.12957/teias.2022.66104

Edição

Seção

Migração e refúgio: desafios educativos entre desigualdades e diferenças