<b>REPARAR MIÚDO, NARRAR KÉKERÉ - NOTAS SOBRE NOSSA FOTOETNOPOÉTICA COM CRIANÇAS DE TERREIROS</b>
DOI:
https://doi.org/10.12957/teias.2018.34443Palavras-chave:
Criança, Infância, Pesquisa com os cotidianos, Estudos com Crianças de TerreiroResumo
"O terreiro é o mundo ficando mais bonito". Diz Mene Viana Cardoso, de 3 anos, do Ilê Axé Omi Laare Ìyá Sagbá, um terreiro de candomblé, em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias, na Baixada Fluminese. Os terreiros, entre eles, os terreiros de candomblé, preservaram e ressignificaram modos de vida trazidos do Continente Africano durante a escravização. Conhecimentos sofisticados que atravessaram o Atlântico e foram mantidos e reinventados nesses espaçostempo. Os Estudos com Crianças de Terreiros nascem de duas grandes negações, ou de dois grandes desprezos: o primeiro desprezo é herança hegemônica deixada pelo modo dominante com o qual a modernidade "via" os cotidianos, tidos como lugar de reprodução e saberes menores. O segundo grande desprezo é aquele que marca os estudos da infância nas Ciências Sociais negando a criança como sujeito de conhecimento e participação social, portanto silenciando-as. Em um caminho original, o Grupo de Pesquisa Kékeré (pequeno em yorubá) contraria essa dupla negação para inverter e afirmar que, justamente aquilo que é considerado menor (os cotidianos), e quem é considerado menor ainda (as crianças), são fundamentos vitais para compreender a sociedade em que vivemos, bem como desestabilizar suas lógicas coloniais profundas. A proposta desse artigo é apresentar algumas notas dos caminhos desses estudos.
Palavras Chave: Criança. Infância. Pesquisa com os cotidoanos. Estudos Com Crianças de Terreiro
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