JOÃO KÖPKE E ANTONIO SILVA JARDIM: O ENSINO DA LEITURA PARA A ORDEM E O PROGRESSO

Resumo

O texto que aqui se desenha ressalta o legado de João Köpke e Antonio da Silva Jardim ao ensino da leitura no Brasil, fundamentando o exercício de rememorização de que a tarefa docente envolve um projeto de educação que é de formação para a vida e que dialoga com o ideário de homem e de sociedade de cada contexto. As contribuições destes professores os reúnem historicamente, por serem contemporâneos e por estarem envolvidos no clássico embate sobre a escolha de métodos para alfabetizar. Suas origens são arraigadas em um tempo em que, sob os olhares dos paradigmas mais atuais de educação, poderiam ser consideradas com excesso de atenção aos aspectos didáticos. No entanto, na contramão da necessidade de escolha única entre o tradicional e o contemporâneo, está o objetivo deste ensaio: desconstruir a associação direta entre a didática na alfabetização e a eleição de métodos tradicionais, tendo como princípio a afirmativa de que “a teoria precede o método” (SENNA, 1995). As discussões protagonizadas por estes professores transitam entre os métodos analíticos e os sintéticos de alfabetização e cada um destes métodos é escolhido pelo conjunto de teorias que forma um professor. Este conjunto de teorias não corresponde apenas à formação intelectual, mas às bases axiológicas que se formam no curso da vida e que imprimem concepções individuais de aprendizagem, de ensino e de sujeito, entre outros. Não se trata de vinculação a uma ou outra corrente epistemológica ou científica. Trata-se de compromisso para a realização de algo em que se acredita, a mais direta relação entre teoria e prática. A organização do texto se faz a partir de três considerações destacadas da atuação docente de Köpke e Silva Jardim e assim se divide: a) o ensino como fenômeno articulado ao tempo e ao espaço; b) o papel da ciência na formação do professor; c) o professor-autor.