v. 25 n. 1 (2018): COMUNICAÇÃO, TERRITÓRIOS E RE-EXISTÊNCIAS

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Nos últimos anos observamos e participamos da emergência de ocupações e resistências nos espaços urbanos – dos movimentos internacionais que tomaram praças e ruas às micropolíticas de corpos dissidentes que ocupam casas e becos, as formas de comunicar, estar presente nos espaços físicos, transgredir e resistir se desdobraram em pluralidades intensas. As relações de poder, marcadas em verticalidades, as políticas públicas e os discursos conservadores, todas essas estratégias são invertidas e subvertidas, ameaçadas – a fragilidade do regime que demarca os lugares e/ou territórios é tornada visível e novas e outras articulações são propostas.

De acordo com Haesbaert, “a noção de multiterritorialidade (Haesbaert, 1997, 2001a, 2002a, 2004) aparece como resposta ao processo identificado por muitos como “desterritorialização”: mais do que a perda ou o desaparecimento dos territórios, propomos discutir a complexidade dos processos de (re)territorialização em que estamos envolvidos, construindo territórios muito mais múltiplos ou, de forma mais adequada, tornando muito mais complexa nossa multiterritorialidade.”[1]

A Logos, inspirada pela aula inaugural do PPGCOM da UERJ de 2018, realizada pelo professor Rogério Haesbaert, abre as chamadas para envio de artigos para o primeiro número de 2018 nessa chave: pensar as narrativas dos multiterritórios e dos lugares, os novos atores e sujeitos que surgem e figuram nas (des)organizações urbanas do capitalismo tardio; quais corpos podem transitar e quais são impedidos? Quais imagens são produzidas e quais são descartáveis? Como as mídias tradicionais e alternativas se posicionam sobre esses eventos?

A aula está disponível em

https://www.youtube.com/watch?v=KuwHwiFhZUo

 

As cidades, os territórios, os lugares, os corpos e as subjetividades encontram-se, no final da segunda década do século XXI, tomados por outras tensões que, não raramente, espelham ou duplicam – e expandem – questões já observadas por pensadores do início do século XX, como Benjamin, Simmel, Kracauer e Bergson. Reativadas por outras sensibilidades políticas e urgências do espaço, observamos como a arquitetura dialoga com os corpos, acolhendo ou expulsando; pichações, mensagens, lambes e cartazes constituem outros cenários e ambientes para e nas cidades. Nesses registros múltiplos e interdisciplinares, a Logos convida ao envio de artigos, ensaios, entrevistas e resenhas cujos temas estejam em sintonia com essas questões.


[1] Trecho do artigo ‘Dos múltiplos territórios á multiterritorialidade’, de Rogério Haesbeart, disponível em http://www.ufrgs.br/petgea/Artigo/rh.pdf

Publicado: 2019-02-04

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